Hematology, Transfusion and Cell Therapy | 2021

IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NO MOVIMENTO TRANSFUSIONAL DE HOSPITAL ONCOLÓGICO DE SÃO PAULO

 
 
 
 
 
 
 

Abstract


\n Introdução\n A pandemia de COVID-19 trouxe uma série de impactos sociais, econômicos, culturais e políticos para o país e o mundo. Na saúde, observamos a sobrecarga do sistema, com mudança do perfil epidemiológico dos pacientes e necessidade de reestruturação da rede de atendimento devido à alta transmissibilidade do vírus. No setor privado, observamos ainda redução das internações por doenças crônicas não transmissíveis e das cirurgias eletivas.\n \n Objetivo\n Avaliar o impacto da pandemia COVID-19 na demanda transfusional de um hospital privado de perfil oncológico na cidade de São Paulo.\n \n Método\n Realizada análise retrospectiva, a partir de dados dos sistemas informatizados, do número total de hemocomponentes transfundidos. O movimento médio transfusional foi correlacionado com a taxa de ocupação hospitalar e oscilações de fases da pandemia na cidade de São Paulo.\n \n Resultados\n Em 2019 tivemos um total de 7.869 transfusões e média mensal de 656 transfusões. Enquanto a taxa de ocupação média ficou em 86,04%. Em 2020 tivemos 6.618 transfusões, com média de 551 transfusões/mês e taxa de ocupação de 83,67%. No primeiro semestre de 2021 foram realizadas 3.472 transfusões, com média de 579 transfusões/mês e taxa média de ocupação de 83,07%. Analisando mês a mês, observamos as piores taxas transfusionais nos meses de maio, junho e julho de 2020 e todo período de 2021. As oscilações de fase da pandemia de covid-19 tiveram picos expressivos em julho e agosto de 2020 e março e abril de 2021.\n \n Discussão\n Pacientes oncológicos, principalmente onco-hematológicos, demandam um elevado suporte transfusional durante o tratamento, não podendo ser postergado em grande parte dos casos. Os pacientes oncológicos, devido a imunossupressão, fazem parte do grupo de risco para Covid-19. Com isso, foram implantadas rigorosas medidas para contenção da propagação do vírus, tornando seguros os ambientes e atendimento, reduzindo o risco de exposição para os pacientes e colaboradores, como a restrição de acesso para visitantes e acompanhantes, reagendamento de consultas e cirurgias, fechamento do pronto socorro e encaminhamento dos casos suspeitos para rede referenciada. Houve queda na procura de atendimento hospitalar, redução de agenda cirúrgica eletiva e diminuição das taxas de ocupação e rotatividade de leitos. Consecutivamente, a redução do volume transfusional no cenário de pandemia foi inevitável em comparação ao período anterior (2019). Os períodos com reduções expressivas estiveram em concordância com o agravamento do cenário pandêmico.\n \n Conclusão\n A redução do movimento transfusional está diretamente relacionada a queda da taxa de ocupação de leitos oncológicos e fases do cenário pandêmico na cidade de São Paulo. O movimento atual é de retomada no volume\xa0 de atendimento e aprimoramento das práticas de medidas \xa0de proteção aos pacientes oncológicos em toda a linha de cuidado.\n

Volume 43
Pages S524 - S524
DOI 10.1016/j.htct.2021.10.905
Language English
Journal Hematology, Transfusion and Cell Therapy

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