Archive | 2019
Poor knowledge about cardiovascular disease: The patient and their family doctor
Abstract
Apesar da patente deceção nos resultados do artigo «Knowledge about cardiovascular disease in Portugal» que revelaram lacunas importantes no conhecimento sobre o acidente vascular cerebral e o enfarte agudo do miocárdio em Portugal, publicado recentemente na Revista Portuguesa de Cardiologia por Andrade, et al., no qual foram estudados 1624 residentes (dos 16 aos 79 anos) em Portugal continental, importantes reflexões podem ser retiradas deste estudo, e do seu respetivo editorial, para a prática clínica diária dos médicos de família: Primeiro, no presente estudo de Andrade, et al., os inquiridos atribuem pouca importância ao controlo da pressão arterial como fator de risco para doença cardiovascular, apesar da conhecida elevada prevalência no nosso país. Sabemos ainda que são os médicos de família que iniciam o tratamento para a hipertensão arterial em Portugal (aproximadamente 87%), e fazem-no de acordo com as normas de boa prática. Contudo, a mensagem de como prevenir e atuar no acidente vascular cerebral e no enfarte agudo do miocárdio não estarão a ser compreendidas pelos nossos doentes (extrapolando a sua semelhança com a população em geral). Segundo, o editorial que acompanha o artigo de Andrade, et al. descreve muito bem a necessidade de aumentar o conhecimento -a literacia -para a promoção da saúde e a prevenção da doença. E tendo o estudo de Andrade, et al. verificado que os inquiridos com maior literacia em saúde (avaliada através do instrumento de screening desenhado para os Cuidados Primários -The Newest Vital Sign ) apresentam melhores conhecimentos sobre a doença cardiovascular, podemos ficar tentados a medir a literacia nas nossas consultas com o objetivo de «saber onde, quando e como intervir» como referido no respetivo