Educação Por Escrito | 2021
Vozes transgressoras na escola
Abstract
O artigo, derivado de uma pesquisa em curso, adota as narrativas do funk para incursões sobre a problemática de gênero pelo viés da educação intercultural. Considerada uma expressão cultural híbrida, o funk insinua “performances” e linguagens de cunho sexista. Para verificar essa premissa no universo escolar, estudantes do 5º ano do ensino fundamental de uma escola pública paraibana desenvolveram uma perspectiva analítica das letras. Observou-se que o repertório instiga coreografias provocativas e é constituído por termos obscenos e/ou pejorativos que reverberam alusões depreciativas e discriminatórias em torno da mulher numa incitação da exploração sexual. Sugere-se, portanto, que a apropriação das letras do funk nos espaços-tempos escolares, por meio de observações semântico-culturais, pode fomentar reflexões pedagógicas sobre as questões do feminino.