Revista Organizações em Contexto | 2021
Personalidade e risco: uma análise dos processos de tomada de decisão à luz das finanças comportamentais
Abstract
Normalmente na economia, quando se trata da tomada de decisão dos agentes econômicos sobre o risco, tem-se como base principal a Teoria da Utilidade. Porém, novos estudos em finanças comportamentais tem sido motivo de grande discussão, pois evidenciam que os indivíduos sofrem de vieses no processo decisório, fazendo com que as decisões nem sempre tendem a otimização. Assim, este estudo tende a contribuir com este tema por meio de uma pesquisa realizada entre 2018 e 2019, que analisou 211 estudantes de graduação e pós-graduação, nos estados de Minas Gerais e São Paulo, levando em consideração a relação entre os traços de personalidade e vieses comportamentais. Os resultados obtidos na pesquisa mostraram que dois traços de personalidade (extroversão e abertura) têm uma relação positiva com vieses de enquadramento e concepções errôneas de probabilidade, observou-se também uma relação positiva e significante do traço de personalidade de estabilidade com o viés de ‘concepções errôneas de probabilidade’. Outra constatação que se teve é que o grau de instrução dos indivíduos não tem relação com a ocorrência dos eventos, indicando então que os mesmos ocorrem independentemente do nível de estudos dos indivíduos. Tais resultados enfatizam a importância de estudar este tema por uma nova ótica econômica, como é o caso das finanças comportamentais, trazendo contribuições para o entendimento da tomada de decisão dos agentes, evidenciando como suas características pessoais e personalidade interferem nesse processo.\xa0