Iniciação & Formação Docente | 2021
De escrita para escrita: a produção textual de alunos do ensino fundamental no Residência Pedagógica
Abstract
Este trabalho tem o objetivo de fazer um relato de experiência sobre uma prática de ensino desenvolvida com bilhetes-orientadores, enquanto enunciados responsivos, atividade de interação entre professor e aluno no espaço da escrita. Trata-se de um recorte de um trabalho monográfico de uma professora-pesquisadora em formação que interroga a própria prática e as experiências de leitura dos alunos, a partir da escrita e da correção mediada por bilhetes-orientadores para reescrita. A pergunta que estabelece este relato é: Como o diálogo entre professor e aluno, norteado por bilhetes, pode contribuir para o desenvolvimento da escrita de alunos no ensino fundamental? Nossa hipótese é que os bilhetes-orientadores podem funcionar como uma estratégia de interação entre professores e alunos e auxiliar no desenvolvimento da autonomia de escrita. A metodologia utilizada é de caráter qualitativo, o material de análise é formado por produções textuais de um aluno e o bilhete-orientador para a reescrita. Para a constituição do quadro teórico, investimos na concepção bakhtiniana de linguagem como atividade dialógica, exploramos os estudos de Geraldi (1993; 2010; 2012), Antunes (2003), que tratam sobre o ensino de língua, Ruiz (1998) que discute sobre correção textual-interativa por meio de bilhetes; e de Larrosa (2015) sobre a experiência como algo que nos passa. Os resultados da pesquisa apontaram o bilhete-orientador como uma atividade produtiva para professores e alunos, tanto por ser uma prática docente que considera as singularidades de cada escrita, de cada aluno, quanto por ser uma prática que possibilita ao estudante refletir sobre a própria escrita.