Horizontes | 2021

Pedagogia do acolhimento: Reflexões sobre a poética do espaço em Bachelard

 
 

Abstract


A filosofia bachelardiana nos conduz através de uma radical (e ao mesmo tempo sutil) dualidade: há um mundo diurno e há um mundo noturno. Pode-se agrupar sob essas duas imagens os conceitos da psicologia analítica do psiquiatra e psicoterapeuta Carl Gustav Jung: os arquétipos animus e ânima. No primeiro, estão as imagens do masculino, as atividades a que Bachelard irá nos conduzir como obras do “espírito”: a virilidade, a potência, o trabalho, a realidade, as coisas do mundo, a ciência. Já no segundo estão as imagens do feminino, da “alma”: o repouso, a aceitação, o acolhimento, os sonhos, a poesia. Segundo Bachelard, esses dois polos operam de modos distintos. O animus, o polo mais “racional”, da ciência, opera a partir de uma recusa às primeiras imagens, a partir de um “não”. Enquanto que para a anima tudo é “sim”, tudo é acolhimento, tudo tem lugar no mundo. E, como bem se sabe, o ser nasce do feminino, da mulher. É justamente a partir desse ponto que a reflexão proposta do resumo se constrói: como estão as imagens de anima na educação (formal e informal)? Há “espaço” suficiente de reflexão para uma pedagogia da acolhida? Iremos desvelar essas perguntas a partir das aproximações com as interpretações principalmente de Durand e Duborgel e das implicações possíveis do pensamento bachelardiano com uma filosofia da educação, com o intuito de fornecer evidências de que há um pensamento pedagógico em A poética do espaço.

Volume None
Pages None
DOI 10.24933/horizontes.v39i1.1229
Language English
Journal Horizontes

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