Revista Crítica Histórica | 2021
O Rosário e suas contas: redes associativas e cidadania de membros da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Pelourinho (Salvador, 1880-1930)
Abstract
A prática de filiação a irmandades negras e demais associações de apoio mútuo foi recorrente no século XIX entre africanos e afro-brasileiros. Muitas vezes ela acontecia como forma de acumular não só benefícios, mas também prestígio na sociedade. Na cidade de Salvador não foi diferente e alguns pesquisadores têm sublinhado essas redes associativas. Neste artigo, investigamos o perfil de alguns irmãos e irmãs da irmandade do Rosário às Portas do Carmo e analisamos os diferentes sentidos das proximidades estabelecidas entre membros da confraria com as sociedades mutualistas emergentes na capital baiana a partir da segunda metade do século XIX, bem como com outros espaços devocionais de matriz afro-religiosa. Com efeito, entendemos que as trajetórias de sujeitos associados à irmandade afro-baiana incluíam também o envolvimento com ativismos políticos e sociais do pós-abolição.