Revista INTEREDU | 2021

Autoetnografias de professoras doutoras negras: espaços familiares de fortalecimento

 
 

Abstract


A proposta deste artigo é contribuir com os estudos sobre mulher e ciência, provocando uma interseccionalidade entre gênero, raça, geração e uma epistemologia antirracista. A partir de nossos lugares de atuação (universidades públicas e federais), propomos uma autoetnografia negra feminista dialogada, trazendo reflexões para além das vivências diante do racismo e do sexismo. Refletimos a partir do entendimento de que a autoetnografia é um método de pesquisa qualitativa que faz uso dos dados sobre o self e o contexto em que está inserido. Assim, o(a) pesquisador(a) é o centro da investigação, reunindo em si o sujeito e o objeto. Neste sentido, o self (pesquisador/a) e outros selves (os de fora) são reunidos. Em nosso exercício, buscamos que esta metodologia traga duas vozes simultâneas que promovem um enunciado, a partir de experiências individuais ou coletivas, num mesmo texto. Somos duas mulheres negras e doutoras, de gerações diferentes (uma nos seus trinta e outra nos sessenta), que ao falar dos racismos múltiplos no âmbito educacional –embora com uma diferença de três décadas– nossas existências ainda guardam muitas semelhanças. Apontamos aqui uma parte das redes de afeto e religiosidade que compõem as nossas travessias, nosso ethos, bem como pertencimento também no âmbito da práxis educacional.

Volume None
Pages None
DOI 10.32735/S2735-65232021000491
Language English
Journal Revista INTEREDU

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