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Do protagonismo à liderança: trajetórias de jovens mulheres em tempos de democracia e de golpe

 

Abstract


A presente tese problematiza o processo de construcao das jovens mulheres como sujeitas \npoliticas ativas no contexto brasileiro. As jovens mulheres estao em uma intersecao, sao \njovens e sao mulheres ao mesmo tempo; mas, muitas vezes, nao estao presentes nas politicas \nformadas para esses grupos e isso se da em um contexto nacional no qual o Brasil, em um \npassado recente, havia assumido a necessidade de formacao de politicas publicas para as \nmulheres e jovens. Apesar disso, as jovens mulheres possuem uma trajetoria de participacao \npolitica atuante no cenario brasileiro, o que a presente tese comprova ao mapear a trajetoria \ndeste segmento dentro da politica nacional. Atraves de pesquisa bibliografica identifico que a \nformacao das jovens mulheres como sujeitas politicas ativas e datada do inicio dos anos de \n2000. Observo, ainda, que a atuacao das jovens mulheres nas ocupacoes estudantis de 2015 e \n2016 demonstra a forca e a potencia das jovens como sujeitas politicas ativas, sendo \nconsiderado um processo que consolida a presenca das jovens e, portanto, essa identidade. \nDessa maneira, tornou-se importante entrevistar mulheres dos dois perfis - mulheres que eram \njovens no inicio dos anos 2000 e jovens mulheres que atuaram nas ocupacoes de 2015 e 2016 \n– a fim de identificar a movimentacao que culmina na formacao e na consolidacao deste \nsegmento. Dentre as metodologias utilizadas esta a entrevista semiestruturada que me ajuda a \nformar dialogo com as interlocutoras da pesquisa, essa ferramenta e significada a partir da \ncritica feminista a ciencia. A pesquisa se constitui a partir, tambem, de uma perspectiva \nfeminista e visibiliza a importância do movimento feminista para a formacao e a consolidacao \nda sujeita politica jovens mulheres. A interlocucao teorica e baseada no dialogo com \nintelectuais que ajudam a pensar a formacao e atuacao das jovens mulheres levando em \nconsideracao a interseccionalidade que as atravessam. Sao intelectuais que tendem a trazer o - \ns para juventude, para o feminismo, para a politica e demais elementos que sao mobilizados \npara essa construcao, questionando sua formacao singular. As entrevistas permitem entender \nas percepcoes das minhas interlocutoras no dialogo com as referencias utilizadas para a \nconstrucao da tese. Sao narrativas baseadas em suas memorias e nao pretendem estabelecer \numa verdade, mas as significacoes atribuidas por elas as questoes vivenciadas tanto na \nformacao deste processo nos anos 2000, quanto nas ocupacoes de 2015 e 2016. Suas falas \nevidenciam a sistematica luta por inclusao das jovens mulheres e a ânsia de terem suas vozes \nouvidas e consideradas em uma tentativa continua de promover uma reescrita subalterna, na \nqual seus diversos pertencimentos possam ser considerados na formacao das politicas publicas \ne na organizacao escolar. A tese pretende contribuir com a formacao de um historico sobre as \njovens mulheres como sujeitas ativas no cenario nacional, assim como com a sua visibilidade \nna arena politica. Almejando que esta sujeita politica consiga, atraves de sua atuacao, padroes \nmais democraticos em sua existencia no social, permitindo, assim, que a sociedade brasileira \npossa ser um espaco melhor para as mulheres, em todas as suas composicoes, existirem

Volume None
Pages None
DOI 10.34019/UFJF/TE/2021/00009
Language English
Journal None

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