Revista Letras Raras | 2019
No museu, o Amanhã no entrelaçamento entre história e memória
Abstract
Sob uma efeito de evidencia, os dizeres/sentidos (re)produzidos ao longo dos tempos, se regularizam numa relacao intrinseca entre historia e memoria. A nosso pensar, ao extrapolarem a linguagem, esses dizeres se materializam nas praticas sociais, produzindo efeitos nos sujeitos discursivos. Filiados na Analise do discurso de linha pecheutiana, propomos neste trabalho uma reflexao sobre os sentidos inscritos no Museu do Amanha (MA), buscando, nesse gesto, um dialogo com o conceito de Presentismo, fundado pelo historiador Hartog (2011). No estabelecimento da disciplina, Pecheux se ancorou numa triplice alianca entre diferentes campos do saber, dentre os quais a Historia oferece relevante contribuicao. Ao propormos esse dialogo, ja iniciado por Pecheux, consideramos que nos fornecera maiores subsidios para uma desnaturalizacao desses sentidos, bem como uma melhor compreensao dos seus efeitos na esfera social. Ao longo do nosso trabalho, observamos que afinados com as demandas da atualidade, o MA regulariza uma memoria sobre o Brasil, e o brasileiro, com vistas a uma idealizacao de povo e representacao de sociedade.