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AVALIAÇÃO DO ATENDIMENTO AOS DIAGNÓSTICOS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE EM MUNICÍPIO DO INTERIOR PARAIBANO

 
 
 
 
 
 

Abstract


Objective: To evaluate the service for diagnosis of Hypertension and Diabetes Mellitus in Basic Health Care in a city in the countryside of Paraíba. Method: This was an exploratory, descriptive and quantitative study carried out at the José Nilson de Sousa Basic Health Unit of Cajazeiras-PB, through a questionnaire for 30 users of the service, with Diabetes Mellitus and Systemic Arterial Hypertension, aged between 34 and 95 years, with questions about the subject of interest. Data collection occurred after approval by the Research Ethics Committee (REC) and followed the norms of Resolution 466/12 of the National Health Council. Results: Regarding socioeconomic classification, the highest percentage of the participants was married, 15 (50%). The predominant level of schooling was Incomplete Elementary School, with 21 (70%), and the majority of the interviewees had a family income of one minimum wage, with 15 (50%). The predominant age range was from 34 to 95 years, predominantly female 22 (73%). In the frequency of tests, 37% underwent tests in 2018. As for the percentage of interviewees who were referred to other health professionals, the study shows that most users were referred only to the cardiologist. Conclusion: The analyses confirmed that the actions developed by the BHU are not in accordance with the Health Care Reorganization Plan to Hypertension and Diabetes Mellitus presented by the Federal Government through the Ministry of Health. UHS users are not instructed by the BHU doctor/nurse to look for other health professionals who make up the multidisciplinary team, which requires a greater commitment of the BHU team in the assistance to those enrolled in the Hirperdia program. Descriptors: Arterial Hypertension; Diabetes Mellitus; Basic Health Care. Avaliação do Atendimento aos Diagnósticos de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus na Atenção Básica de Saúde em Município do Interior Paraibano 58 Revista Interdisciplinar em Saúde, Cajazeiras, 6 (1): 56-69, abr./jun. 2019, ISSN: 2358-7490. INTRODUÇÃO As Doenças Crônicas Não Transmissíveis são patologias derivadas de vários fatores de riscos ambientais, comportamentais e até mesmo de fatores genéticos, sendo caracterizadas como não infecciosas e irreversíveis, de duração prolongada e com longo período de latência, podendo gerar incapacidade funcional. A maior incidência das DCNT está na população adulta e particularmente entre os idosos de modo mais acentuado (LOPES; REZENDE; CLABRIA, 2017). Sendo consideradas as mais comuns nos dias atuais e um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, podem-se observar uma grande incidência e prevalência da Hipertensão Arterial Sistêmica e da Diabetes Mellitus, que são Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Embora sejam realizadas ações e criados vários programas de promoção, prevenção e recuperação da saúde pelos órgãos federais, estaduais e municipais (FERNANDEZ; POLLARO; GONÇALVES, 2016). Devido ao crescimento e envelhecimento populacional, um crescimento urbanizado e a adesão de estilo de vida, o sedentarismo, dieta inadequada propiciando a obesidade, é notório o aumento da incidência e prevalência da diabetes em todo o mundo (CORTEZ et al., 2015). O Diabetes Mellitus (DM) é definido por uma hiperglicemia, uma vez que os distúrbios no metabolismo de gorduras, proteínas e carboidratos, é manifestado por uma ausência ou uma produção insuficiente de insulina, ou mesmo por uma incapacidade de as células reconhecerem a insulina, causando um transtorno metabólico onde o hormônio não permite a entrada da glicose na célula (PEREIRA; FIGUEIREDO, 2017). A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial, caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial PA (PA≥140 x 90mmHg), associada a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo: Avaliação do Atendimento aos Diagnósticos de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus na Atenção Básica de Saúde em Município do Interior Paraibano 59 Revista Interdisciplinar em Saúde, Cajazeiras, 6 (1): 56-69, abr./jun. 2019, ISSN: 2358-7490. coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos e alterações metabólicas, com aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais (BRASIL, 2013). A HAS, além de ser causa direta de cardiopatia hipertensiva, é fator de risco para doenças decorrentes de aterosclerose e trombose, que se manifestam, predominantemente, por doença isquêmica cardíaca, cerebrovascular, vascular periférica e renal, manifestando, também, como fator etiológico da insuficiência cardíaca. Déficits cognitivos, como doença de Alzheimer e demência vascular, também têm a doença em fases mais precoces da vida como fator de risco. Essa quantidade de influências coloca a HAS na origem de muitas DCNT e, portanto, caracteriza-a como uma das causas de maior redução da expectativa e da qualidade de vida dos indivíduos (BRASIL, 2013). Atenção Básica foi criada com o objetivo de ser o primeiro nível de atenção em saúde da população, abrangendo a promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde; trabalho realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), composta por uma equipe multiprofissional denominada Estratégia de Saúde da Família, proporcionando qualidade de vida aos usuários do SUS. (VIEIRA et al., 2017). A Atenção Básica em Saúde vem sendo a melhor estratégia para combater e acompanhar o tratamento das DCNT, capaz de empregar tecnologias eficazes e interferir não apenas na cura e reabilitação, como também nos fatores determinantes e de controle da saúde individual e coletiva. (ENCARNAÇÃO; SANTOS; HELIOTÉRIO, 2017). O Hiperdia é um programa implantado pelo Ministério da Saúde definido como uma estratégia de reorganização da atenção à Hipertensão Arterial (HA) e à Diabetes Mellitus (DM), que visa a preparar, capacitar e incentivar os profissionais envolvidos na Atenção Básica à Saúde a promover ações direcionadas ao público, enfatizando a importância da prevenção primária e acompanhamento integral dos usuários diagnosticados de HAS e DM, a fim de promover o controle da doença e garantir uma boa qualidade de vida (VIEIRA et al., 2017). As Unidades Básicas de Saúde (UBS) recebem as pessoas com diagnósticos de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus e, por um Programa Estratégia Saúde da Família, passam pela triagem e são acompanhados pelos profissionais da UBS e Avaliação do Atendimento aos Diagnósticos de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus na Atenção Básica de Saúde em Município do Interior Paraibano 60 Revista Interdisciplinar em Saúde, Cajazeiras, 6 (1): 56-69, abr./jun. 2019, ISSN: 2358-7490. pela equipe multiprofissional, atendendo de forma integrada e com níveis de competência estabelecidos na abordagem da HAS e DM, sendo considerado o primeiro acesso de saúde indicado para as comunidades e, caso seja necessário, os usuários das UBSs serão encaminhados para uma consulta especializada em unidades de referência secundária ou terciária para um atendimento mais complexo (PETERMANN et al., 2015). Nesse sentido, questiona-se sobre a forma de atuação desses programas criados pelo governo. A população está sendo acompanhada e recebe o tratamento que é estabelecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS)?

Volume 6
Pages 56-69
DOI 10.35621/23587490.6.1.56-69
Language English
Journal None

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