Archive | 2019
Uma análise construtivo-interpretativa das produções subjetivas de pessoas diagnosticadas com câncer
Abstract
Esse trabalho discute os aspectos subjetivos configurados na experiencia de viver o câncer. As doencas cronicas mobilizam muitas vezes processos individuais e sociais que se expressam em diferentes processos e tem desdobramentos tanto individuais como institucionais. A nova situacao definida pelo diagnostico pode mobilizar producoes de sentidos subjetivos relacionados ao medo, desamparo e ao mesmo tempo abrir possibilidades para novos caminhos. Neste contexto, com base no referencial teorico da teoria da subjetividade, proposta por Gonzalez Rey, essa pesquisa teve como objetivo geral estudar as configuracoes subjetivas de uma pessoa diagnosticada com câncer. Para tanto, foi utilizado o metodo construtivo-interpretativo, norteado pelos principios da Epistemologia Qualitativa, que considera o desenvolvimento de conhecimento enquanto producao construtiva-interpretativa em seu âmbito singular e dialogico. O participante de pesquisa foi uma pessoa diagnosticada com câncer em processo de tratamento. Nessa perspectiva e importante compreender a experiencia do humano de forma complexa e singular assim como sua organizacao processual. No presente trabalho, foi possivel compreender que o diagnostico de câncer nao determina processos subjetivos pois, as implicacoes emergem na forma como e subjetivado o processo de adoecimento. Alem disso, aspectos relacionados ao acolhimento dos profissionais de saude, a forma como o participante se configurava no contexto familiar e os sentidos subjetivos gerados nesse processo foram fontes de recursos subjetivos importantes para o desenvolvimento subjetivo no curso do tratamento. A categoria configuracao subjetiva pode auxiliar no desenvolvimento de uma compreensao dos processos psicologicos da pessoa frente a situacoes muitas vezes dificeis para as pessoas. Portanto, a pesquisa abre um espaco para uma discussao complexa e multifatorial da qualidade dos processos humanos. Assim, valorizando a experiencia singular daquele que vive o câncer