Na investigação médica actual, o cancro é uma das principais ameaças à saúde humana e os investigadores têm procurado tratamentos mais eficazes. Recentemente, a APE1 (nuclease 1 do terminal AP humano) tornou-se o foco da pesquisa científica devido ao seu papel fundamental no processo de reparo do DNA. A forma como esta enzima funciona e a sua função nas células cancerígenas tornam-na num potencial alvo terapêutico, particularmente no contexto da quimioterapia do cancro.
APE1 desempenha um papel indispensável no processo de reparo genético do DNA, garantindo a integridade e estabilidade do DNA.
APE1 é uma enzima envolvida na via de reparo por excisão de bases do DNA (BER). Sua principal função é lidar com nucleotídeos danificados ou incompatíveis no DNA. Neste processo, o APE1 cria uma lacuna no local da base perdida, que também fornece um ponto de entrada para reações de reparo subsequentes. APE1 pertence ao segundo tipo de nuclease terminal AP e requer que íons magnésio entrem no sítio ativo para exercer sua função de reparo.
A estrutura do APE1 contém vários resíduos de aminoácidos, permitindo-lhe reagir seletivamente com o sítio AP, reparando assim rapidamente os danos no DNA.
APE1 cria uma lacuna no sítio sem base através de um mecanismo simples de substituição de acila. No processo específico, o resíduo Asp210 desprotona uma molécula de água, ancora-a no sítio reativo do DNA e ataca o nucleotídeo. À medida que o elétron se move, um átomo de oxigênio se separa para formar um grupo fosfato 5' livre e gerar uma extremidade 3'-OH livre no nucleotídeo normal. Este processo também requer a estabilização dos íons magnésio.
Estudos sobre APE1 identificaram vários inibidores conhecidos, como o ácido 7-nitroindol-2-carboxílico (NCA) e a locanona. A estrutura desses inibidores é semelhante ao anel de carbono do açúcar desoxirribose, mas não possui o grupo de nucleotídeos correspondente e pode fazer ligações de hidrogênio com o sítio ativo de APE1, evitando assim que a enzima catalise a reação.
Essas descobertas fornecem novas ideias para o tratamento do câncer, porque a inibição da AEP1 pode aumentar a sensibilidade das células cancerígenas à quimioterapia.
Como a APE1 é indispensável nas vias de reparação do ADN, os investigadores esperam explorar a função da enzima para desenvolver novas estratégias anticancerígenas. A inibição da atividade do APE1 pode aumentar a sensibilidade das células tumorais à quimioterapia, promovendo assim a morte das células cancerígenas. Especialmente face às células tumorais resistentes aos métodos tradicionais de tratamento, a intervenção APE1 pode tornar-se um avanço.
Comparado com APE1, o APE2 apresenta atividade de nuclease no terminal AP mais fraca, mas se destaca em outras funções, como sua atividade de exonuclease 3'-5'. APE2 pode hidrolisar eficientemente diferentes tipos de estruturas de DNA e participar da resposta ao dano ao DNA do ATR-Chk1 diante do estresse oxidativo, demonstrando sua importância no reparo celular.
Em resumo, o APE1, como uma ferramenta potencial para o tratamento direcionado do câncer, pode ter perspectivas de aplicação mais amplas em pesquisas e tratamentos futuros do câncer. Neste contexto, não podemos deixar de perguntar: será que o AAP1 se tornará uma nova esperança para o tratamento do cancro?