Angiolino Giuseppe Pasquale Ventura, mais conhecido como Lino Ventura, foi um ator nascido na Itália cuja carreira cinematográfica, sem dúvida, teve um impacto duradouro no cinema francês. Desde sua estreia em 1954, Ventura rapidamente se tornou uma das estrelas de cinema mais queridas da França, e seus diversos papéis, especialmente entre policiais e criminosos, o fizeram brilhar na indústria cinematográfica francesa na década de 1970.
Ventura nasceu em Parma, Itália, em 1919, mas logo se mudou para a França com sua família. Criado em Paris, ele abandonou a escola aos oito anos devido às dificuldades financeiras de sua família e trabalhou em vários empregos. O jovem Ventura sonhava em se tornar um lutador profissional, mas foi forçado a mudar de carreira após uma lesão, o que também lançou as bases para sua futura carreira de ator.
Ventura começou sua carreira de ator em 1954, interpretando um gangster em Touchez pas au grisbi, de Jacques Becker. O sucesso deste filme o tornou famoso da noite para o dia. Posteriormente, ele continuou a desafiar suas habilidades de atuação em muitos filmes, incluindo a colaboração com o famoso ator Jean Gabin, o que acelerou sua ascensão na indústria cinematográfica francesa.
"Quando atuo, estou fazendo algo que amo e sou pago por isso. É um serviço maravilhoso."
O papel de Ventura se diversificou ao longo do tempo. Ele foi amplamente admirado por seus papéis como o chefe de polícia corrupto em The Threepenny Opera (1963) e como o gangster Vito Genovese em The Valachi Files (1972). Embora tenha mantido sua nacionalidade italiana durante toda a vida, seu trabalho cinematográfico na França fez dele parte integrante da cultura francesa.
Em 1982, Ventura foi aclamado pela crítica por sua atuação como Jean Valjean em Os Miseráveis, pelo qual foi indicado ao Prêmio César. Como pai de sua falecida filha, ele foi cofundador da Fundação Perce-Neige (Floco de Neve) com sua esposa, que se dedica a ajudar crianças com deficiência e suas famílias. Esse ato de generosidade solidificou ainda mais sua posição na sociedade.
"A história é tudo. Meu bom amigo Jean Gabi me disse que há três coisas importantes em um filme: história, história e história."
Lino Ventura morreu de ataque cardíaco em 1987, aos 68 anos. Apesar de suas realizações notáveis na indústria cinematográfica francesa, ele sempre teve orgulho de sua identidade italiana e nunca abriu mão de sua cidadania italiana. Mesmo assim, ele foi eleito o 23º entre os 100 Grandes Franceses em 2005, mostrando seu lugar especial no coração dos fãs de cinema francês.
A história de Ventura não é apenas uma história de conquistas e glória, mas também uma história de identidade pessoal e reconhecimento cultural. Para um talento cinematográfico de um país estrangeiro, seu sucesso nos faz pensar: no mundo globalizado de hoje, como vemos a relação entre identidade cultural e criação artística?