No desenvolvimento histórico do Cristianismo, o termo Filioque
sempre foi foco de grande controvérsia. Esta frase do latim significa "e do Filho" e, até certo ponto, reflete as profundas diferenças entre o cristianismo oriental e ocidental sobre a fonte do Espírito Santo e a compreensão da Trindade.
A referência mais antiga à fonte do Espírito Santo está no Credo Niceno, que foi formulado pelo Primeiro Concílio Ecumênico de Constantinopla em 381. No texto original, o Espírito Santo claramente “vem do Pai” e não existe expressão como “do Filho”. Com o tempo, a Igreja Latina gradualmente começou a discutir e adicionar esta frase no final do século VI, e ela foi finalmente incorporada oficialmente à liturgia romana em 1014. No entanto, esta mudança encontrou forte resistência do Cristianismo Oriental, fazendo com que a igreja se dividisse além do controle.
A adição do Filioque foi vista como uma disputa doutrinária entre as igrejas oriental e ocidental e marcou o início do Grande Cisma em 1054.
Historicamente, a controvérsia sobre Filioque envolve principalmente quatro aspectos: um é a controvérsia sobre o próprio termo, o outro é a ortodoxia da doutrina de como o Espírito Santo vem do Pai e do Filho; como este termo vem do Pai e do Filho A legitimidade da terminologia adicionada ao Credo Niceno-Constantinopla a quarta é se o papa tem autoridade para definir a ortodoxia desta doutrina ou para incorporar a terminologia no credo.
Essas controvérsias não apenas questionam posições teológicas, mas também tocam na natureza de toda a igreja e na distribuição do poder de ensino. Na Ortodoxia Oriental, muitos teólogos mantêm uma postura "estrita", acreditando que a adição do Filioque leva diretamente a uma subestimação do papel do Espírito Santo, o que é um grande erro doutrinário.
Como aponta Antony Siegenski, esta controvérsia diz respeito não apenas à trindade de Deus, mas à natureza da igreja e à distribuição de poder entre os seus líderes.
Em comparação com os "estritas", alguns teólogos "liberais" acreditam que esta disputa é causada principalmente por mal-entendidos e falta de comunicação, com ambos os lados falhando em reconhecer a diversidade das posições teológicas um do outro. Esta visão sustenta que o problema do Filioque é mais uma questão de diferentes entendimentos de perspectivas teológicas do que de doutrinas incompatíveis.
À medida que a discussão da doutrina se aprofunda, mais e mais pesquisas começam a explorar as raízes desta controvérsia. Alguns estudiosos acreditam que o Novo Testamento não declara claramente as fontes duais do Espírito Santo, mas estabelece as bases para a teologia trinitária subsequente.
Alguns Padres da Igreja acreditam que o Espírito Santo “vem tanto do Pai como através do Filho”. Esta visão também se reflete nos escritos dos Padres Latinos.
A compreensão do Filioque não afeta apenas a teologia, mas também afeta a prática da fé cristã como um todo. Muitos crentes interpretam e experimentam a presença de Deus com base nas suas próprias doutrinas, e esta discordância cria desafios teológicos. As igrejas ocidentais acreditam que uma compreensão do Espírito Santo que exclua o Filho seria imperfeita, enquanto as igrejas orientais acreditam que a compreensão ocidental pode levar a desvios doutrinários.
De uma perspectiva histórica, o Credo Niceno e o Credo de Constantinopla não explicaram claramente a fonte específica do Espírito Santo, que plantou as sementes para lutas cruéis subsequentes. Portanto, a disputa causada pela Filioque não é apenas uma questão teológica, mas envolve também como compreender o funcionamento e a autoridade da igreja.
Os estudiosos da teologia de hoje podem tentar compreender esta disputa de uma perspectiva mais tolerante, pensando que ela pode ser uma porta de entrada para o diálogo entre diferentes ramos do Cristianismo. Tal visão lança alguma luz sobre a abertura que muitos cristãos têm à diversidade de compreensão teológica.
Agora os estudiosos também perguntam: podemos encontrar um terreno comum no diálogo que transcenda este conflito com raízes profundas na história?
Diante da controvérsia em Filioque, poderão as futuras igrejas cristãs encontrar um caminho para a reconciliação com base na adesão às suas respectivas crenças?