A creatina, um composto importante que ocorre naturalmente no corpo humano, é armazenada principalmente no músculo esquelético e no cérebro. Embora a ligação entre creatina e desempenho muscular tenha sido amplamente estudada, pesquisas científicas recentes começaram a se concentrar em seus efeitos na função cerebral. O modo como a creatina funciona no cérebro pode revelar seu potencial para melhorar a memória e a inteligência.
A descoberta da creatina remonta a 1832, quando cientistas isolaram o composto de extratos de músculo esquelético. Com o tempo, estudos mostraram que a creatina não apenas melhora o desempenho, mas também pode ter um impacto positivo na função cerebral. A creatina ganhou mais atenção na década de 1970, especialmente nos Jogos Olímpicos da década de 1980, onde suas conquistas e efeitos se tornaram bem conhecidos do público.
A principal função da creatina no corpo é ajudar a regenerar o trifosfato de adenosina (ATP), a principal reserva energética. Cerca de 95% da creatina e da fosfocreatina do corpo são armazenadas nos músculos esqueléticos, e o restante é distribuído em outros tecidos, como o sangue e o cérebro. Especialmente no cérebro, o fornecimento de creatina pode afetar a função cognitiva e a memória porque o cérebro tem uma demanda maior de energia ao realizar tarefas de alta intensidade.
Creatina e função cognitivaPesquisas sugerem que a creatina pode ter efeitos benéficos na função cerebral e no processamento cognitivo, especialmente em situações estressantes, como privação de sono ou comprometimento cognitivo.
Uma revisão sistemática recente sugere que a memória de curto prazo e as habilidades de raciocínio podem ser melhoradas pela ingestão de creatina. No entanto, esses resultados parecem inconsistentes em diferentes domínios cognitivos. Alguns estudos até sugerem que os efeitos da creatina podem ser mais pronunciados em adultos mais velhos, gerando especulações sobre seu uso potencial no tratamento de sintomas de declínio cognitivo em adultos mais velhos.
Devido ao papel fisiológico da creatina, muitos atletas optam por aumentar sua ingestão por meio de suplementação. Em termos gerais, a suplementação de creatina consiste em uma fase de carga e uma fase de manutenção. Durante a fase de carga, é recomendado tomar uma dose diária maior de creatina para aumentar rapidamente os estoques nos músculos, enquanto durante a fase de manutenção, a dose é reduzida para manter esse aumento.
Alguns estudos sugerem que vegetarianos e veganos geralmente têm menores reservas de creatina, o que pode impedi-los de atingir o desempenho atlético e cognitivo ideal. Portanto, esse grupo de pessoas se beneficia particularmente da suplementação de creatina. Além disso, a creatina tem demonstrado potencial no tratamento de algumas doenças musculares, como aumento da força muscular e melhora do desempenho funcional.
Embora a creatina tenha muitos benefícios, alguns efeitos colaterais também podem ocorrer durante seu uso, como ganho de peso (causado principalmente pela retenção de líquidos) e cãibras musculares. Pesquisas mais recentes sugerem que esses efeitos colaterais podem estar relacionados ao uso e à dosagem em curto prazo. Ao mesmo tempo, em relação aos efeitos da creatina na função renal, a literatura abrangente mostra que não há evidências significativas de danos renais quando usada em doses normais.
Embora haja evidências dos potenciais benefícios da creatina para o cérebro, mais pesquisas são necessárias. Explorações futuras se concentrarão na dosagem ideal, no momento da suplementação e nas diferenças de resposta entre diferentes populações para garantir que possamos explorar totalmente o potencial deste composto.
Como a creatina continuará a desempenhar um papel na medicina e na ciência do esporte no futuro?