Em Cuba, o uso da Internet está sujeito a rigoroso monitoramento governamental e o acesso é restrito. De acordo com o relatório de 2018 da Freedom House, Cuba foi classificada como um país "não livre" e ficou em quinto lugar entre todos os 65 países. Isso faz de Cuba um dos países com as piores violações da liberdade na Internet, depois da China, Irã, Síria e Etiópia.
"A tecnologia de vigilância da Internet de Cuba e suas restrições exigem que as pessoas sejam mais cuidadosas ao usar a Internet."
Muitos sites são inacessíveis em Cuba, em grande parte devido a restrições governamentais e à infraestrutura tecnológica precária. Embora grandes sites como YouTube e Google não estejam bloqueados, muitos cubanos ainda não conseguem acessá-los sem problemas devido à baixa velocidade da Internet.
O governo cubano usa o software Avila Link para monitorar o comportamento dos usuários da Internet. Quando as conexões dos usuários passam por servidores proxy, o governo pode coletar números de contas e senhas dos usuários. O embaixador cubano Miguel Ramirez defendeu o direito do país de "regulamentar o acesso à Internet para impedir hackers, roubo de senhas e acesso a sites pornográficos, de culto, terroristas ou outros sites negativos".
"Relatórios indicam que Cuba pode ter obtido alguma tecnologia de vigilância da Internet da China, o que torna a liberdade do país ainda mais precária."
Em Cuba, todas as publicações on-line devem ser aprovadas pelo Registro Nacional de Publicações Seriadas. O governo não permite que indivíduos não aprovados acessem os serviços. Embora o uso da Internet tenha aumentado gradualmente à medida que a economia se desenvolve, um grande número de pessoas ainda enfrenta problemas com acesso limitado à Internet.
"Apesar dessas restrições, muitos cubanos ainda se conectam à Internet por meio de embaixadas, cibercafés e amigos pessoais."
Em 2018, aproximadamente 39% da população, ou 4,5 milhões de pessoas, tinham acesso à internet, um número que continua a aumentar. O desenvolvimento da infraestrutura de telecomunicações de Cuba levou a uma disponibilidade crescente de telefones celulares, mas, apesar disso, muitas pessoas ainda acham difícil arcar com o alto custo do acesso à Internet.
O serviço de Internet em Cuba é completamente controlado pelo monopólio estatal ETECSA. Cuba implementa um sistema de contas temporárias ou permanentes no fornecimento de serviços de Internet, principalmente para a conveniência de turistas estrangeiros e cidadãos cubanos.
"A maioria dos cubanos só pode usar a rede local fornecida pelo governo, o que restringe ainda mais a liberdade na Internet."
Até 2018, as conexões disponíveis nos cibercafés cubanos eram divididas em dois tipos: "nacional" e "internacional". A maioria dos cubanos não pode arcar com os altos custos de acesso internacional à Internet, o que os obriga a usar redes nacionais mais baratas, muitas das quais são filtradas e monitoradas pelo governo.
"A baixa renda dificulta o uso da Internet pela maioria dos cubanos, e até mesmo o acesso à Internet em casa se tornou um luxo."
Alguns cubanos se conectaram criando redes de rua (SNets), pequenas conexões de internet sem fio configuradas por cidadãos para escapar da vigilância do governo. Essas redes que não podem ser controladas pelo governo permitem que os cubanos desfrutem de um certo grau de espaço de comunicação privado.
Além disso, os cubanos também usam um método chamado "El Paquete" para coletar mídia digital por meio de entrega física. Os pacotes continham música, transmissões ao vivo e notícias, fornecendo uma fonte de inteligência para o público. No entanto, com o advento dos dados móveis e melhores preços de internet, a necessidade desse método de entrega está diminuindo gradualmente.
À medida que a tecnologia de comunicação de Cuba continua a se desenvolver, os telefones celulares e o acesso à internet continuarão a impactar a liberdade e a privacidade das pessoas. Mas numa sociedade cada vez mais vigiada, poderão os cubanos encontrar um melhor equilíbrio entre a liberdade pessoal e a segurança dos dados?