Em nossa sociedade, a fronteira entre animais e humanos parece ser inabalável, mas com o surgimento dos Estudos Críticos sobre Animais (CAS), a espada dessa oposição binária está gradualmente sendo a Desconstrução. Este campo acadêmico não apenas explora os direitos dos animais e questões éticas, mas também analisa profundamente a justiça social e ambiental por trás dessas questões, permitindo-nos repensar a relação entre animais e humanos.
"O destino dos animais está inextricavelmente ligado à estrutura social dos seres humanos."
A história dos estudos críticos sobre animais pode ser rastreada até 2001, quando Anthony J. Nocella II e Steven Best fundaram o Centro para Assuntos de Libertação Animal (CALA). ). Este movimento começou como uma reflexão sobre o problema da exploração animal na sociedade humana e, com base nisso, realizou pesquisas, educação, recomendações de políticas e outras atividades. Nos anos seguintes, o CAL também realizou conferências sobre a filosofia e a política de libertação animal e fundou um periódico acadêmico correspondente.
Com a renomeação do CAL para Instituto de Estudos Críticos em Animais (ICAS) em 2007, o instituto desenvolveu uma rede internacional que abrange Europa, Ásia, África, América do Sul e Oceania. O ICAS defende a combinação de pesquisa acadêmica e participação política e propõe dez princípios orientadores, abrangendo colaboração interdisciplinar, autosubjetividade, interseccionalidade, etc., enfatizando a profunda conexão entre a libertação animal e humana.
"Não se trata apenas de animais, trata-se da libertação geral da humanidade e do planeta."
Os estudos tradicionais sobre animais geralmente consideram os animais como objetos de pesquisa, enquanto os estudos críticos sobre animais vão além da análise teórica e defendem a importância da ação. Muitos acadêmicos acreditam que, embora a pesquisa animal tenha desempenhado um papel importante na conscientização sobre a relação entre humanos e animais, ela está a uma distância moral relativa e carece de exploração aprofundada de questões fundamentais. Estudos críticos sobre animais enfatizam o compromisso ético e se concentram na opressão e comercialização enfrentadas pelos animais.
"Quebrando o silêncio em torno da situação dos animais."
O CAS enfatiza a educação interseccional inclusiva de espécies e explora as interconexões entre especismo e outras questões de justiça social, como racismo, sexismo, heterossexismo e racismo corporal. A existência desses problemas torna a fronteira entre humanos e animais cada vez mais tênue. Descobrimos que as raízes de muitos problemas podem estar no controle e na distribuição de poder dentro da mesma estrutura social.
Ao longo do processo de estudos críticos sobre animais, não estamos apenas questionando a estrutura econômica, cultural e social da civilização humana baseada em animais, mas também refletindo sobre o papel único dos próprios humanos nessa estrutura. Esse pensamento nos obriga a reexaminar nossa relação com os animais e nos perguntar: como devemos nos posicionar em todo esse processo?
À medida que os limites entre os dois lados se tornam cada vez mais tênues, deveríamos repensar o papel dos humanos neste ecossistema?