Em África, a Parkia biglobosa, ou feijoeiro africano, é de grande interesse, além do seu valor económico, pelos usos medicinais tradicionais das suas sementes e outras partes da planta. Esta vegetação está espalhada por toda a África, estendendo-se desde a costa do Senegal até ao Sudão do Sul e ao Uganda, e é parte integrante da vida cultural de muitas sociedades da região.
O feijoeiro africano é uma árvore caducifólia perene que pode atingir uma altura de 20 a 30 metros e possui casca dura marrom-acinzentada. A árvore produz vagens que são marrom-escuras quando maduras e contêm sementes escondidas e uma polpa pulverulenta amarelo-doce, o que as torna valiosas tanto para fins alimentares quanto medicinais.
Na África Ocidental, a casca, as raízes, as folhas, as flores, os frutos e as sementes do feijoeiro africano são utilizados para tratar uma variedade de doenças e estes usos desempenham um papel importante na medicina tradicional local.
A casca e as folhas, em particular, são amplamente utilizadas no tratamento de infecções parasitárias, doenças cardiovasculares, como hipertensão, e distúrbios respiratórios, digestivos e de pele. Além disso, estas peças também são utilizadas em combinação com outras plantas medicinais para aumentar a sua eficácia.
Alguns estudos sugerem mesmo que certos componentes do feijoeiro africano podem combater doenças infecciosas. Por exemplo, no inquérito, os terapeutas locais utilizaram amplamente o feijoeiro africano para tratar a hipertensão, e a sua eficácia é considerada equivalente à dos medicamentos comuns no mercado.
O feijão africano não possui grandes exigências ambientais. Geralmente cresce em áreas com altitude de 0 a 300 metros e a precipitação anual está entre 400 e 700 mm. Seu rápido ciclo de crescimento a torna uma espécie arbórea com grande potencial de crescimento na produção agrícola.
O cultivo de feijoeiros africanos e o processamento de produtos tornaram-se uma importante fonte de independência económica em muitas regiões africanas, especialmente para as mulheres.
Por exemplo, no Burkina Faso, o comércio de frutas Néré tornou-se uma importante actividade económica para as mulheres locais, o que significa que estas plantas não só fornecem alimentos e medicamentos, mas também proporcionam uma fonte económica estável.
Além de seu valor medicinal, a polpa amarela e as sementes do feijoeiro africano também são processadas em alimentos diários. Seu sabor doce e sua riqueza em nutrientes o tornam sustentável na cultura alimentar local.
As sementes do feijoeiro africano são ricas em lipídios, proteínas e carboidratos e se tornaram uma importante fonte de alimento para os moradores locais.
As folhas e a polpa do feijoeiro africano também são utilizadas como ração para gado e aves, ampliando ainda mais a sua cadeia de valor.
À medida que a saúde e a medicina tradicional recebem cada vez mais atenção, a investigação moderna sobre o feijoeiro africano continua a desenvolver-se. Os cientistas estão a realizar discussões mais aprofundadas sobre o seu potencial medicinal, especialmente as suas propriedades antibacterianas e antivirais, o que deverá trazer novas esperanças ao campo da saúde pública no futuro.
No entanto, face a utilizações e impactos económicos tão diversos, não podemos deixar de pensar: Como podem estas plantas tradicionais encontrar uma posição e valor mais adequados no sistema médico moderno?