Durante a Guerra Fria, o poder e o tipo de armas nucleares se tornaram uma questão importante na estratégia militar internacional. Entre elas, a bomba de nêutrons, também conhecida como arma de radiação aprimorada (ERW), é diferente da bomba nuclear tradicional devido ao seu design e uso especiais. O objetivo da bomba de nêutrons é liberar uma grande quantidade de radiação de nêutrons para desferir um golpe fatal nas forças inimigas, reduzindo ao mesmo tempo os danos causados pela explosão física. A arma foi projetada para infligir o máximo de dano ao pessoal inimigo sem afetar a infraestrutura ao redor.
"A bomba de nêutrons é projetada para liberar uma onda de nêutrons grande o suficiente para destruir forças inimigas sem causar danos excessivos de explosão."
De acordo com registros históricos, o conceito da bomba de nêutrons foi proposto pela primeira vez pelos Estados Unidos no final da década de 1950 e início da década de 1960, com o objetivo principal de lidar com as forças blindadas soviéticas. No ambiente militar da época, o uso dessa arma podia atingir forças inimigas em larga escala sem destruir a infraestrutura aliada.
Em um projeto termonuclear padrão, uma pequena bomba de fissão é colocada próxima a uma grande massa de combustível termonuclear (geralmente água rica em lítio) e cercada por uma espessa camada de radiação. Este invólucro captura a energia liberada pela bomba de fissão e ajuda a aquecer e comprimir o principal combustível termonuclear. Entretanto, no projeto de uma bomba de nêutrons, o material do invólucro é escolhido especificamente para permitir que os nêutrons sejam liberados livremente. Isso significa que os nêutrons escapam antes que a explosão ocorra, tornando o raio letal da onda de nêutrons potencialmente maior que a própria explosão.
"A radiação mortal de uma bomba de nêutrons pode destruir rapidamente o pessoal inimigo em uma área relativamente pequena, tornando-a uma arma de ataque de precisão."
Além disso, a energia de radiação de uma bomba de nêutrons tem maior energia de nêutrons do que a de uma bomba nuclear tradicional. Uma bomba nuclear convencional normalmente emite apenas cerca de 5% de sua energia como radiação quando lançada, mas a proporção de radiação correspondente da energia de uma bomba de nêutrons pode chegar a quase 40%. Essa diferença faz da bomba de nêutrons uma arma tática, especialmente em situações em que as forças inimigas são reprimidas.
O desenvolvimento da bomba de nêutrons é geralmente atribuído a Samuel T. Cohen, do Laboratório Nacional de Los Alamos, nos Estados Unidos. Cohen vinha trabalhando no conceito e no design desta arma desde 1958. Após vários testes, a arma se tornou um tanto controversa na história da humanidade, especialmente com a ascensão do movimento antinuclear e a crescente antipatia pública em relação à bomba de nêutrons.
Desde a década de 1970, a produção e a implantação de bombas de nêutrons nos Estados Unidos continuam a causar controvérsia. Mesmo no contexto da Guerra Fria na década de 1980, o presidente americano Reagan promoveu a produção de bombas de nêutrons. No entanto, devido à pressão de oponentes políticos e futuras mudanças na situação geopolítica, essas armas acabaram não sendo usadas em larga escala ao redor do mundo.
Porque o poder explosivo de uma bomba de nêutrons é projetado para ser relativamente baixo, e seu principal mecanismo de destruição é a radiação de nêutrons, e não o poder explosivo de uma bomba nuclear tradicional. Isso levou a uma imagem mais "limpa" das bombas de nêutrons quando usadas no campo de batalha. No entanto, o efeito real ainda é causar danos aos edifícios vizinhos, especialmente em áreas urbanas, ou no caso de explosões termonucleares durante greves.
"Bombas de nêutrons não são completamente invulneráveis a danos físicos como o mundo exterior pensa. Elas ainda têm impacto no campo de batalha."
De acordo com a literatura, a eficácia das bombas de nêutrons contra veículos blindados tem sido gradualmente questionada. Com o avanço da tecnologia de blindagem de tanques, a ameaça dos nêutrons ao pessoal do equipamento foi relativamente reduzida, o que torna vulnerável a posição tática das bombas de nêutrons. Além disso, a utilidade das bombas de nêutrons na defesa contra mísseis balísticos tem sido questionada, pois os sistemas de defesa mais modernos foram reforçados contra ataques de diversas armas.
Embora a bomba de nêutrons tenha sido historicamente uma opção militar importante, a necessidade de seu uso está sendo desafiada à medida que a tecnologia avança e os padrões de guerra mudam. A atual situação internacional e o desenvolvimento da tecnologia militar nos farão repensar o significado ético e estratégico dessas armas. À medida que as armas evoluem para uma ameaça centrada no ser humano, isso significa que o futuro da guerra será completamente remodelado?