A globalização é um dos fenómenos mais importantes e controversos do nosso tempo. Este processo levou a uma crescente interdependência e integração económica, cultural e social entre diferentes países, mas as suas causas profundas são frequentemente ignoradas. Embora muitos atribuam as origens da globalização à revolução industrial moderna ou à conectividade internacional que se seguiu ao fim da Guerra Fria, a sua história remonta, na verdade, a tempos muito mais antigos – até aos primeiros dias da civilização no terceiro milénio a.C.
Os historiadores acreditam que a globalização em grande escala começou no século XIX, mas formas de comércio e intercâmbio cultural já existiam desde o surgimento das primeiras civilizações.
O conceito de "globalização inicial" geralmente se refere ao período de 1600 a 1800, que também é considerado o prelúdio da globalização. Com o início da Era Europeia dos Descobrimentos, as ligações comerciais entre os países expandiram-se gradualmente e os intercâmbios culturais tornaram-se cada vez mais frequentes. Naquela época, os impérios português e espanhol, como pioneiros do comércio global, inauguraram a era de ouro do comércio marítimo.
A globalização moderna marcou “a ascensão do comércio global e dos intercâmbios culturais”. Estes intercâmbios não se limitaram à troca de bens, mas também incluíram a difusão de ideias e tecnologias.
No século XIX, os avanços tecnológicos e as inovações nos transportes, especialmente a introdução de motores a vapor, reduziram significativamente o custo do comércio transfronteiriço e promoveram o processo de globalização. Com o desenvolvimento das ferrovias e dos navios a vapor, o comércio internacional evoluiu do comércio local para atividades transfronteiriças. Este período é conhecido como o “início da globalização moderna” e o seu impacto espalhou-se pelas principais economias.
Mais tarde, a maioria dos economistas acreditou que a Revolução Industrial foi o factor mais crítico que impulsionou a globalização no século XIX.
Depois de entrar no século XX, a globalização acelerou ainda mais, especialmente após o fim da Segunda Guerra Mundial. Durante este período, os governos assinaram o Acordo de Bretton Woods e criaram instituições, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, para promover o comércio e a cooperação internacionais. Estas medidas alteraram a estrutura económica no sentido do aumento do comércio global, fortalecendo ainda mais o desenvolvimento dos mercados globais.
Ao mesmo tempo, a revolução nas tecnologias de informação e comunicação também está a promover o desenvolvimento da globalização.
Na década de 1990, a globalização tornou-se uma palavra familiar. Muitos académicos e comentadores acreditam que os avanços na tecnologia da informação facilitaram o sucesso do comércio e do investimento. Devido à popularidade do e-mail, da Internet e das tecnologias de comunicação móvel, o mundo tornou-se cada vez mais plano e o comércio global tornou-se uma realidade.
No entanto, o processo de globalização não é isento de controvérsias. Os defensores salientam que a globalização promove o crescimento económico, o progresso tecnológico e a diversidade cultural; os oponentes alertam que a globalização pode ameaçar as culturas locais e até causar danos irreversíveis ao ambiente.
Com o desenvolvimento da Internet global, também surgiu a “fobia da globalização”, reflectindo as preocupações das pessoas sobre os possíveis impactos negativos da globalização.
Em resumo, a origem da globalização não é apenas um produto da economia moderna, mas também o resultado do entrelaçamento de múltiplos factores ao longo da história. Do antigo comércio às modernas transacções em grande escala e às actuais inovações na tecnologia da informação, o processo de globalização reflecte a interdependência e a integração da sociedade humana. À medida que o mundo se torna cada vez mais interligado, deveríamos reexaminar o significado da globalização e o seu impacto no mundo futuro?