O monitoramento não invasivo da glicose (NIGM) refere-se à tecnologia que pode monitorar os níveis de açúcar no sangue sem perfurar a pele. Esta tecnologia é crucial para os diabéticos porque evita a dor e a inconveniência das repetidas coletas de sangue. Desde 1975, muitas empresas e instituições de investigação têm trabalhado arduamente para encontrar métodos de monitorização não invasivos eficazes. No entanto, até agora, não surgiram produtos comerciais maduros.
A pesquisa sobre monitoramento não invasivo da glicemia começou em 1975 e ainda hoje procuramos soluções viáveis.
Em 1999, apenas um produto não invasivo baseado em tecnologia galvânica havia sido aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, mas foi retirado devido ao baixo desempenho e danos ocasionais à pele. Desde então, centenas de milhões de dólares foram investidos em empresas que buscam soluções para este problema, e muitas tentativas diferentes foram feitas, incluindo espectroscopia no infravermelho próximo (NIRS), medições transcutâneas e rotação de polarização da luz através da câmara na frente do o olho. Mas no final, estas tecnologias não conseguiram alcançar resultados comercialmente fiáveis.
De acordo com um estudo de 2012, dez tecnologias diferentes não conseguiram produzir um dispositivo comercial e clinicamente utilizável.
Desde 2020, as atividades de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia de monitoramento não invasivo da glicemia aumentaram significativamente. Os participantes neste espaço incluem grandes empresas de tecnologia, como Apple e Samsung, bem como diversas startups.
Os métodos de espectroscopia óptica usam luz para medir os níveis de glicose no sangue no corpo no monitoramento contínuo da glicose. Esses métodos normalmente envolvem o brilho de comprimentos de onda específicos de luz na pele e a análise do que acontece quando a luz interage com moléculas de glicose.
A DiaMonTech, uma empresa sediada em Berlim, na Alemanha, está desenvolvendo o D-Pocket, um dispositivo médico que utiliza tecnologia de laser infravermelho para detectar moléculas de glicose no fluido do tecido da pele. De acordo com o estudo preliminar publicado, seu método alcançou uma diferença relativa absoluta mediana (MARD) de 11,3%.
A Apple está desenvolvendo tecnologia CGM não invasiva integrada ao Apple Watch. Os relatórios indicam que demonstrou prova de conceito desta tecnologia em 2023.
Atualmente, a Apple pretende integrar o CGM não invasivo ao seu Apple Watch e planeja lançá-lo em 2025.
Em 2020, um novo método desenvolvido pela Samsung em colaboração com o MIT permitiu detectar diretamente sinais de glicose. O sistema demonstrou sua precisão em experimentos com porcos.
O estudo relatou que o sistema foi capaz de ler com precisão os dados de glicose no sangue durante uma hora após a calibração inicial.
A tecnologia de indução eletromagnética mede os níveis de açúcar no sangue através da interação de ondas eletromagnéticas com moléculas de glicose no corpo. Várias empresas como KnowLabs e BioRX estão desenvolvendo dispositivos baseados nesta tecnologia. Esses dispositivos são projetados para permitir diversas atualizações diárias de glicemia sem invasividade significativa na avaliação.
A KnowLabs relata que experimentos preliminares com seu sensor Bio-RFID mostram um MARD de 11,1%.
Além das tecnologias mencionadas acima, há muitas tecnologias emergentes em desenvolvimento. Por exemplo, o dispositivo Occuity mede o açúcar no sangue examinando seus olhos, enquanto o BOYDSense mede através da análise da respiração.
O potencial demonstrado por estas novas tecnologias em ensaios clínicos irá, sem dúvida, estimular um forte interesse dentro e fora da indústria, mas atualmente ainda falta uma solução de CGM não invasiva amplamente aceite no mercado. Melhorias na precisão são críticas para que todas as tecnologias atuais alcancem uma adoção mais ampla.
No futuro, com mais investigação e desenvolvimento de diversas tecnologias, os pacientes diabéticos terão a oportunidade de desfrutar de serviços de monitorização instantânea e indolor da glicemia. Irá isto promover mudanças na forma como gerem a sua saúde ou mesmo ter um impacto significativo nas opções de tratamento da diabetes?