Nas relações econômicas e políticas internacionais, "nação mais favorecida" (NMF) é o nível de tratamento fornecido por um país a outro no comércio internacional. Para isso, os países tratados dessa forma devem, de fato, obter vantagens comerciais equivalentes às da "nação mais favorecida", como tarifas baixas ou altas cotas de importação. Segue-se que um país que recebe tratamento NMF não pode ser tratado de forma menos favorável do que qualquer outro país com status NMF entre os países concedentes.
Sob as regras do GATT e da OMC, a natureza do "tratamento de nação mais favorecida" se estende às relações bilaterais mútuas e constitui um forte princípio de não discriminação no comércio global.
Na Organização Mundial do Comércio (OMC), os membros concordam em conceder tratamento de nação mais favorecida uns aos outros. Entretanto, exceções a esse tratamento permitem tratamento preferencial para países em desenvolvimento, áreas regionais de livre comércio e uniões aduaneiras, etc. Esse arranjo faz com que os princípios do tratamento de nação mais favorecida e do tratamento nacional formem juntos a base do direito comercial da OMC.
A forma mais antiga de tratamento MFN remonta ao século XI, enquanto o conceito moderno começou no século XVIII. Acordos bilaterais de "nação mais favorecida" eram frequentemente assinados entre países na época, como o Tratado de Madri entre a Espanha e a Grã-Bretanha em 1667 e o Tratado de Jay em 1794. Com o estabelecimento do GATT após a Segunda Guerra Mundial, o conceito de tratamento de nação mais favorecida foi ainda mais institucionalizado.
A existência do tratamento de nação mais favorecida visa garantir o comércio não discriminatório entre todos os membros da OMC e promover a justiça e a transparência no comércio global.
Especialistas em comércio acreditam que o tratamento de nação mais favorecida tem múltiplas vantagens, o que pode aumentar a criatividade comercial e reduzir o desvio comercial. Quando um país oferece tratamento de nação mais favorecida para importações, isso significa que os produtos importados virão dos fornecedores mais eficientes, levando à alocação ideal de recursos. Além disso, essa política ajuda países menores a obter vantagens comerciais entre países maiores.
Além disso, uma política tarifária unificada simplifica as regras comerciais e as torna mais transparentes. Em teoria, se todos os países do mundo concederem o tratamento de nação mais favorecida uns aos outros, regras complexas de origem podem ser evitadas, reduzindo assim os custos comerciais.
No entanto, os membros do GATT geralmente concordam que o princípio da nação mais favorecida deve ser relaxado em certas circunstâncias, especialmente para países em desenvolvimento. Em sistemas comerciais regionais, como a União Europeia e o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), as tarifas são reduzidas ou eliminadas entre os países membros, mas as barreiras tarifárias permanecem com outros países.
As regras da OMC permitem que qualquer país retire o status de NMF concedido anteriormente sem maiores explicações, principalmente por motivos de segurança.
Na década de 1990, o status de nação mais favorecida dos Estados Unidos para a República Popular da China gerou controvérsia, principalmente devido ao desempenho da China na venda de tecnologia militar e questões de direitos humanos. Finalmente, esse tratamento foi oficialmente estabelecido em 2001. O tratamento NMF dos Estados Unidos foi renomeado legalmente para "Relações Comerciais Normais Permanentes".
De acordo com o tratado de adesão à OMC, os países membros estendem automaticamente o tratamento NMF uns aos outros. A retirada do tratamento NMF da Índia com o Paquistão em 2019 mostra que as relações no comércio internacional não são apenas regidas por fatores econômicos, mas também influenciadas pela geopolítica.
ConclusãoEm resumo, o tratamento NMF desempenha um papel vital na OMC ao promover o comércio não discriminatório entre os países. Entretanto, no complexo ambiente de comércio internacional de hoje, como encontrar um equilíbrio entre garantir a justiça comercial e atender às necessidades de segurança nacional ainda será uma questão que vale a pena ponderar?