A violência comunitária é onipresente no contexto global de hoje, particularmente na Índia, no Paquistão e em outras sociedades pluralistas, onde muitas vezes está intimamente ligada a identidades religiosas e étnicas. Essa violência não é nova; suas raízes remontam ao legado dos tempos coloniais. Durante esta história, as potências coloniais não apenas administraram, mas exploraram as divisões entre as comunidades para manter seu domínio e exacerbar os antagonismos, fomentando assim as atuais divisões sociais.
A violência comunitária é uma forma de violência que ultrapassa fronteiras étnicas ou religiosas, onde os perpetradores agem com base em um senso de solidariedade com seu grupo e as vítimas são selecionadas com base na filiação ao grupo. Essa violência não se limita a conflitos étnicos ou religiosos, mas também inclui tumultos e conflitos entre diferentes grupos sociais. De acordo com a definição do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, a violência sectária inclui várias formas de conflito dentro de uma comunidade relacionadas à religião ou etnia, mas não inclui conflitos entre indivíduos ou famílias.
Durante a era colonial, os colonizadores europeus frequentemente exploravam as divisões entre as comunidades para consolidar seu controle. Por exemplo, durante o domínio britânico na Índia, as autoridades coloniais dividiram os grupos religiosos e étnicos da Índia em nome do “comunalismo” e, assim, ganharam uma base para antagonizar cada parte. Por meio de leis como as Leis Morley-Minto, o governo colonial não apenas codificou o comunalismo, mas também exacerbou ainda mais as tensões entre diferentes religiões, culminando em vários incidentes sangrentos de violência durante a partição da Índia em 1947.
A violência sectária é frequentemente acompanhada de agitação social e instabilidade política, e é precisamente a impotência dos tempos que faz com que certas seitas sejam mais facilmente incitadas a odiar umas às outras.
Desde o domínio britânico, conflitos sectários continuam a ocorrer na Índia. Especialmente entre 1946 e 1947, a violência na Índia resultou na morte de centenas de milhares de pessoas. Os historiadores acreditam que a causa raiz desses atos violentos não são apenas as mudanças na estrutura social, mas também a inveja e a exploração dos colonos britânicos. Eles frequentemente usam o preconceito contra um determinado grupo religioso para intensificar conflitos comunitários existentes e incitar as pessoas.
Durante o período colonial, as táticas britânicas tornaram a comunicação entre diferentes comunidades quase inexistente, levando ao flagelo da limpeza étnica.
Ainda hoje, esses primeiros conflitos comunitários continuam a moldar o tecido social de muitos países. Na Índia, em particular, o espectro da violência sectária ainda paira sobre nós e a confiança entre as comunidades foi completamente destruída por um histórico de violência e discriminação. Isso não está apenas enraizado na memória histórica, mas também continua a influenciar o desenvolvimento social em uma nova onda de relações políticas.
No contexto da diversidade social, buscar identidade e compreensão comuns é uma prioridade máxima. Quando a sociedade enfrenta problemas públicos, uma agenda conjunta entre as comunidades é a chave para resolver a crise atual. No entanto, essas coalizões são frequentemente bloqueadas por interesses particulares e extremismo social. Como construir uma paz duradoura e reduzir as tensões entre comunidades em uma sociedade multicultural será um desafio fundamental que determinará nosso futuro.
O verdadeiro desafio está em como transcender esses traumas históricos e encontrar oportunidades de reconciliação em uma sociedade em mudança.
Na sociedade contemporânea, o diálogo baseado na compreensão e no respeito é particularmente importante. Diante de antigas divisões comunitárias, precisamos reexaminar nossas respectivas identidades e desenvolver uma política de inclusão baseada nessas identidades. Com tal esforço, poderemos encontrar um caminho que transcenda o trauma histórico e traga paz e prosperidade duradouras?