No Festival de Cinema de Cannes de 2023, o último filme de Alice Rohrwacher, "La chimera", roubou a cena. Este drama histórico ambientado na década de 1980 conta a história de um saqueador britânico envolvido no comércio ilegal de antiguidades etruscas. O protagonista do filme é interpretado por Josh O'Connor, e outros atores incluem Carol Duarte, Vincenzo Nemolato, Alba Rohrwacher e Isabella Rossellini. Após sua estreia em Cannes, o filme recebeu nove minutos de aplausos calorosos e é um dos melhores filmes concorrentes à Palma de Ouro.
O protagonista do filme, Arthur, é um ex-arqueólogo britânico que foi preso por roubar relíquias culturais. Depois de ser libertado da prisão, voltou para a Itália. No processo de busca pela ex-namorada desaparecida Beniamina, ele não apenas restabeleceu o contato com sua mãe Flora e a empregada Italia, mas também se envolveu no turbulento relacionamento com outros ladrões de relíquias culturais. O filme explora a relação com o passado e revela o dilema moral entre saque e preservação através das memórias e escolhas de Arthur.
"A história de Arthur é um sonho impossível. No processo de busca por relíquias culturais perdidas, ele está na verdade procurando por si mesmo."
Alice Rohrwacher considera este trabalho como a conclusão de sua trilogia, sendo os dois trabalhos anteriores "Le meraviglie" e "Lazzaro felice". O filme foi filmado na Toscana, Lácio, Úmbria e outros lugares da Itália, acrescentando camadas e profundidade à história através do magnífico cenário natural e dos impressionantes locais históricos. Pela primeira vez, ela escolheu um elenco internacional para dar ao filme uma ressonância visual e emocional mais global.
De acordo com o site de resenhas de filmes Rotten Tomatoes, o filme recebeu uma avaliação positiva de 94% e uma pontuação alta de 91 no Metacritic. Muitas críticas elogiaram o talento de direção de Rohrwacher e lamentaram seu estilo narrativo "maravilhoso e refrescante". O público foi atraído pela magia e estranheza do filme. Os comentários acreditaram que este não era apenas um filme sobre o roubo de relíquias culturais, mas também uma canção trágica sobre o roubo da arte e da cultura.
"Este filme é um banquete visual fascinante que não apenas evoca memórias do passado, mas também leva os espectadores a refletir sobre a valorização do patrimônio cultural."
Em "La quimera", Rohrwacher introduz habilmente o público no mundo interior de Arthur, fazendo as pessoas se perguntarem: o valor da cultura pode ser substituído pelo dinheiro? À medida que a trama avança, a situação de Arthur continua a evoluir e ele finalmente tem que enfrentar suas escolhas e suas consequências. Quando opta por abrir mão de relíquias culturais, não está apenas abrindo mão de uma riqueza material, mas também buscando uma espécie de salvação espiritual.
"As relíquias culturais devem ser uma ponte de cultura, não uma ferramenta para o lucro."
O sucesso de "La chimera" não é apenas a realização artística do filme em si, mas também a profunda reflexão das pessoas sobre a história cultural no contexto da época. O filme não só proporciona um banquete visual para o público, mas também desencadeia discussões aprofundadas sobre o património cultural e a moralidade contemporânea. No mundo da arte, o passado, o presente e o futuro estão interligados. Como devemos valorizar e enfrentar essas escolhas irreversíveis?