Recentemente, a sonda Rosetta da Agência Espacial Europeia e sua sonda afiliada Philae enviaram notícias chocantes, que não só tiveram impacto na comunidade astronômica, mas também desencadearam nosso novo pensamento sobre a origem da vida. As duas sondas pousaram com sucesso no Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko em 2014 e descobriram pelo menos 16 compostos orgânicos, quatro dos quais foram identificados pela primeira vez em um cometa, incluindo acetamida, acetona, isocianatos de metila e propionaldeído.
A descoberta não apenas enriquece nossa compreensão dos cometas, mas também pode lançar nova luz sobre a origem da vida.
No passado, o núcleo de um cometa era considerado uma parte central sólida, que muitos cientistas chamavam de "bola de neve suja". A estrutura nuclear do 67P mostra que ele é composto de rocha, poeira e gás congelado. Quando aquecido pelo Sol, o gás sublima para formar uma coma e, devido à pressão de radiação do Sol e do vento solar, uma enorme cauda é formada, estendendo-se em direção ao Sol. Com base nos dados da Rosetta, a densidade e a composição do 67P sugerem que ele pode ter um interior mais complexo do que os modelos tradicionais sugerem.
O núcleo do 67P não é tão simples quanto a bola de neve suja que era conhecida anteriormente, mas uma estrutura repleta de substâncias diversas.
Os compostos orgânicos descobertos em 67P desencadearam novos pensamentos sobre a origem da vida. A presença dessas moléculas orgânicas significa que elas tiveram origem na bioquímica da Terra primitiva ou de outros planetas? As pesquisas mais recentes sugerem que esses compostos podem ter sido introduzidos na Terra por meio de impactos de cometas ou outras formas de agitação, o que pode explicar por que essas moléculas orgânicas complexas existem na Terra. As mudanças químicas no Cometa 67P também podem ser um fenômeno comum no início do sistema solar.
Cientistas estão reavaliando a possível ligação entre cometas e a origem da vida.
No passado, muitas teorias científicas giravam em torno da água e do gelo como os principais componentes dos núcleos dos cometas. O modelo tradicional da "bola de neve suja" sustenta que a atividade dos cometas está relacionada principalmente ao escape de água e ao derretimento do gelo. Mas a pesquisa da Rosetta sugere que o comportamento e os mecanismos dos cometas são muito mais complexos do que o esperado, incluindo a recondensação de até 80% do seu vapor de água dentro do núcleo.
Essa nova visão desafia modelos anteriores, mostrando que a superfície de um cometa pode ser composta de uma variedade de substâncias orgânicas e minerais, e suas propriedades físicas também são muito diferentes do que os cientistas pensavam. As descobertas têm implicações importantes para nossa compreensão de como os primeiros planetas se formaram e os processos que poderiam sustentar a vida.
Cometas em movimento podem não ser apenas "rochas espaciais" do espaço sideral, mas também berços da química da vida.
A descoberta de compostos orgânicos no Cometa 67P sem dúvida mudou nossa compreensão dos cometas e sugere ainda mais como a vida pode surgir em diferentes ambientes interestelares. Pesquisas futuras sobre esses compostos podem revelar os papéis importantes que eles desempenham na estrutura cristalina ou molecular e como essas substâncias podem ter sido trazidas para a Terra primitiva e influenciado a evolução da vida.
Nesse caso, podemos encontrar moléculas orgânicas semelhantes em outras áreas do universo, provando assim que a vida pode ser um fenômeno comum no universo?