A democracia liberal é uma forma de governo que combina organização democrática com filosofia política liberal. O conceito foi formado durante a Era do Iluminismo, quando os pensadores desafiaram a monarquia e a aristocracia tradicionais e defenderam que os assuntos humanos deveriam ser guiados pelos princípios da razão, da liberdade e da igualdade. Durante esta revolução no pensamento, pensadores importantes como John Locke e Montesquieu desenvolveram ideias fundamentais sobre os direitos humanos, a legitimidade dos governantes e a igualdade perante a lei que ainda hoje orientam o desenvolvimento da democracia liberal moderna.
Os pensadores iluministas acreditavam que todas as pessoas eram iguais e, portanto, a autoridade política não deveria ser baseada apenas no sangue nobre ou em direitos divinos nominais.
Durante a Era do Iluminismo, a maioria das estruturas dominantes da Europa eram monarquias, e surgiu um grupo de pensadores que questionaram e desafiaram o sistema político da época. Eles acreditam firmemente que o governo existe para servir o povo e não para subordinar o povo à vontade dos seus governantes. As ideias destes pensadores não só influenciaram a cultura social da época, mas também deram origem ao Movimento de Independência Americana e à Revolução Francesa, que acabou por levar ao estabelecimento de um governo democrático liberal.
Locke acreditava que o governo só pode ganhar legitimidade com o consentimento do povo, e que se o governo violar os direitos dos cidadãos, o povo tem o direito de derrubá-lo.
O "Tratado do Governo" de John Locke é uma obra importante durante o Iluminismo. Redefine a relação entre o governo e o povo e defende que o Estado deve exercer o poder com base nos princípios do contrato social. As ideias de Locke não apenas lançaram as bases para a teoria democrática posterior, mas também se tornaram uma referência importante para as constituições de muitos países. A sua opinião enfatizou que qualquer governo deveria existir com o propósito de proteger os direitos naturais das pessoas.
Depois de Locke, o filósofo francês Montesquieu desenvolveu ainda mais essas ideias e propôs o conceito de separação de poderes. Ele acreditava que, para evitar a concentração excessiva do poder governamental, o poder do país deve ser dividido em três partes: legislativa, executiva e judicial, e elas devem restringir-se mutuamente para garantir a realização da liberdade e da justiça.
Montesquieu salientou que o poder deve ser visto como suscetível à corrupção e, portanto, deve haver restrições institucionais para evitar que os governantes abusem do seu poder.
As ideias destes pioneiros provocaram profundas mudanças sociais na Europa e nos Estados Unidos no final do século XVIII e início do século XIX. Com o avanço do Iluminismo, as pessoas chegaram a um consenso sobre as ideias de liberdade política, direitos individuais e soberania do povo. A democracia liberal já não é vista como uma ideia marginal perigosa, mas tornou-se uma teoria que entrou na política dominante. À medida que diferentes países estabeleceram instituições democráticas, estas ideias evoluíram e adaptaram-se aos seus respectivos contextos socioculturais.
No século XX, países com diferentes antecedentes culturais e históricos começaram a explorar o caminho da democracia liberal. Em alguns países, como o Reino Unido, a França e os Estados Unidos, a democracia liberal existe numa forma relativamente madura e continua a experimentar a expansão dos direitos de voto e a melhoria dos direitos sociais. Contudo, noutros países, a prática da democracia não corre bem e enfrenta frequentemente desafios das tradições culturais e das estruturas de poder.
De acordo com pesquisas realizadas por estudiosos contemporâneos, a cultura e as instituições democráticas são realizadas através da liberdade, da igualdade e do espírito de contrato dos cidadãos, em vez de afetarem a cultura.
Embora os modelos democráticos liberais sejam hoje bem sucedidos em muitas partes do mundo, ainda precisamos de considerar se estas ideias podem enraizar-se em diferentes culturas. Especialmente face aos desafios da globalização e da polarização política, como manter a vitalidade e a durabilidade da democracia liberal tornou-se uma questão importante actualmente. Neste processo, poderão as faíscas de liberdade e igualdade acesas pelos pensadores da era do Iluminismo encontrar novas formas de expressão e implementação na futura estrutura política?