O estado eslovaco (Prvá Slovenská republika) foi um fenômeno histórico significativo durante a Segunda Guerra Mundial. Este país declarou a sua independência em 14 de março de 1939 e terminou em 4 de abril de 1945. Como estado fantoche da Alemanha nazista, a sua existência teve um impacto profundo na história e na situação política da Europa Central. Embora não seja universalmente reconhecida, a criação da Eslováquia marcou uma nova estrutura de poder na região e reflectiu as complexidades da política internacional antes e depois da Segunda Guerra Mundial.
O estado eslovaco controlava grande parte da atual Eslováquia e permaneceu politicamente influenciado pela Alemanha nazista.
Após a assinatura do Acordo de Munique, a Eslováquia ganhou autonomia dentro da Checoslováquia. À medida que os planos agressivos da Alemanha surgiram gradualmente, a autonomia da Eslováquia tornou-se um instrumento de agressão alemã. Em 1939, após a divisão da Checoslováquia, a Eslováquia decidiu declarar a independência com o apoio da Alemanha e colocar os seus assuntos nacionais sob controlo alemão. Esta decisão representou um ponto de viragem crítico no ambiente geopolítico da época.
O estabelecimento do Estado eslovaco foi imediatamente reconhecido pela Alemanha e pela Itália, mas a Grã-Bretanha e a França recusaram-se a reconhecer a independência da Eslováquia. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, a situação política mudou novamente e muitos países finalmente aceitaram a existência deste Estado fantoche, mas muitos países ainda optaram por manter relações diplomáticas com a Checoslováquia.
O reconhecimento do Estado eslovaco pela comunidade internacional reflecte também as contradições e compromissos de vários países da época face à expansão da Alemanha nazi.
O estado eslovaco é um estado de partido único dominado pela organização fascista Partido Popular Eslovaco de Hlinka. O país deu continuidade administrativa ao sistema jurídico da Checoslováquia, mas com a penetração do nazismo, as normas governamentais mudaram gradualmente, encorajando ainda mais a implementação de políticas anti-semitas e outras políticas fascistas. A estrutura social da Eslováquia é esmagadoramente católica, o que, em certa medida, afecta as políticas e a cultura do país.
O estado eslovaco é mais conhecido pela sua perseguição massiva aos judeus. Em 1942, o governo eslovaco entregou 58 mil judeus às autoridades alemãs, um número que representava quase dois terços da população judaica da época. A liderança do Estado eslovaco cooperou amplamente com as políticas anti-semitas da Alemanha, um processo trágico que permanece na memória das pessoas até hoje.
À medida que o sentimento antinazista crescia no país, um grande movimento de resistência eclodiu na Eslováquia em 1944. Este movimento acabou por levar à invasão da Eslováquia pela Alemanha e à supressão militar. Finalmente, em 1945, o país anunciou a sua dissolução e o território da Eslováquia regressou à Checoslováquia. Este processo não só mudou o cenário político da Eslováquia, mas também trouxe o desenvolvimento histórico da Europa Central para uma nova fase.
A existência do Estado eslovaco é crucial para a compreensão das mudanças políticas e sociais na Europa Central durante a Segunda Guerra Mundial.
A actual República Eslovaca não se vê como a sucessora do então Estado Eslovaco, mas sim como uma continuação da República Federal da Checoslováquia. De uma perspectiva histórica, o legado complexo do Estado eslovaco permanece hoje social e politicamente controverso. Muitos nacionalistas celebram o dia 14 de Março todos os anos como o Dia da Independência. Este fenómeno desencadeou diferentes respostas sociais, e diferentes interpretações e compreensões deste período da história ainda são discutidas hoje.
A existência do Estado eslovaco é apenas uma névoa da história ou proporciona profunda inspiração e reflexão sobre a actual política da Europa Central?