A síndrome MDP (hipoplasia mandibular com surdez e progéria) é um distúrbio metabólico extremamente raro que impede o armazenamento de tecido adiposo sob a pele. Segundo as estatísticas, há apenas alguns (menos de 12) casos confirmados no mundo até agora. As pesquisas mais recentes mostram que a doença pode ter origem em uma mutação no gene POLD1 localizado no cromossomo 19, que causa o mau funcionamento de uma enzima essencial para a replicação do DNA.
As principais manifestações clínicas da síndrome MDP incluem hipoplasia mandibular (mandíbula pequena), surdez, pele esticada, deficiência de gordura (diminuição da gordura subcutânea), baixos níveis de testosterona em homens, contração dos tendões longos dos dedos, resultando em dedos em garra, e rigidez articular. Esses sintomas se tornam mais pronunciados com a idade, especialmente antes da puberdade.
Todos os pacientes diagnosticados com síndrome MDP atualmente apresentam uma mutação genética consistente, que é uma única deleção codificadora no gene POLD1, resultando na perda de serina na posição 605. Essa alteração prejudica a atividade das DNA polimerases, mas tem efeitos relativamente pequenos na revisão de exonucleases. Em 2014, uma segunda variante genética foi relatada em um paciente na Itália, uma mutação heteroplásmica recém-descoberta no exon 13 (R507C). A maioria dos casos são mutações genéticas espontâneas, o que significa que os pais do paciente geralmente não são afetados.
O diagnóstico da síndrome MDP é baseado principalmente em características clínicas e pode ser confirmado por testes de mutações no gene POLD1. Equipes biogenéticas, como a do Royal Devon Hospital e a da Universidade de Exeter, no Reino Unido, oferecem esse teste genético e identificaram sua causa genética pela primeira vez.
A aparência é normal ao nascer, mas as características se tornam mais pronunciadas com a idade. O tratamento se concentra principalmente na deficiência de gordura e no crescimento lento da cartilagem e dos ligamentos. Problemas comuns incluem narizes pequenos, mandíbulas pequenas e orelhas pequenas. Devido ao desenvolvimento insuficiente da cartilagem, a voz pode ficar aguda.
Para pacientes com gordura insuficiente, os contornos faciais podem mudar significativamente, e a falta de gordura ao redor dos olhos pode causar olhos secos e a incapacidade de fechá-los durante o sono.
Como a gordura não pode ser armazenada sob a pele, é especialmente importante manter uma dieta saudável. É recomendável escolher uma dieta com baixo teor de gordura e evitar suplementar com muita gordura. O exercício também é crucial para aumentar a eficácia da insulina.
Em pacientes do sexo masculino, os testículos podem não descer e pode haver sintomas de baixa testosterona, muitos dos quais podem levar à infertilidade devido ao desenvolvimento testicular insuficiente. O tratamento adequado para esses pacientes pode incluir a consideração da terapia de reposição de testosterona.
Embora a descrição original da síndrome MDP se referisse à baixa estatura, muitos indivíduos afetados estão dentro da faixa de altura normal. A deficiência auditiva é causada pelo mau funcionamento dos nervos, e os pacientes geralmente têm dificuldade em usar aparelhos auditivos devido às orelhas pequenas.
Muitas pessoas com síndrome de MDP têm bom desempenho intelectual e não sofrem uma redução significativa em suas expectativas de vida.
Pessoas afetadas podem desenvolver vários problemas nos pés, como pele dura e dedos em garras devido à falta de gordura subcutânea. O tratamento odontológico requer a extração precoce de dentes apinhados para evitar dificuldades ortodônticas no futuro.
O diagnóstico da síndrome MDP foi feito principalmente por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Exeter, no Reino Unido. As influências sociais e culturais sobre os pacientes não podem ser ignoradas. Por exemplo, o paraciclista britânico Tom Staniford foi relatado como sofrendo desta doença.
Embora as características e os desafios da síndrome MDP possam dificultar a vida de quem tem o transtorno, cientistas e profissionais médicos continuam conduzindo pesquisas para melhorar nossa compreensão e tratamento do transtorno. Não podemos deixar de nos perguntar como as mutações genéticas desempenham um papel em outras doenças raras e como pesquisas futuras mudarão a maneira como tratamos a medicina?