Na área médica, o fenômeno do "efeito fim de semana" há muito tempo desperta amplo interesse e pesquisa. Este efeito significa que os pacientes admitidos nos fins de semana enfrentam frequentemente uma taxa de mortalidade mais elevada do que aqueles admitidos durante a semana. Este fenómeno tem sido o foco dos profissionais médicos desde a década de 1970, e numerosos estudos demonstraram que as internações aos fins-de-semana têm impacto nos resultados dos pacientes.
As descobertas destacam que os pacientes internados em hospitais nos fins de semana enfrentam frequentemente problemas de saúde mais graves e apoio médico inadequado.
Muitos grandes estudos médicos examinaram o risco de internações hospitalares nos finais de semana. Tomando como exemplo um estudo australiano de 2010, 56.625 pacientes com infarto agudo do miocárdio mostraram que a internação hospitalar nos finais de semana resultou em uma taxa de mortalidade relativamente alta. Da mesma forma, uma pesquisa nos Estados Unidos também descobriu que 429.880 internações em medicina interna tinham uma probabilidade significativamente maior de morrer dentro de dois dias após a admissão nos finais de semana.
"…pacientes internados nos fins de semana tiveram um risco aumentado de morte de 15% a 17%."
Além disso, de acordo com um estudo britânico de 2013, o modelo de atendimento médico de especialistas também tem um impacto importante nas taxas de sobrevivência dos pacientes nos finais de semana. Um modelo de trabalho em tempo integral que inclui atendimento médico mínimo reduz o excesso de mortalidade entre pacientes de fim de semana. Isto sugere que a disponibilidade de recursos médicos pode ser um factor chave para explicar o efeito de fim de semana.
Para pacientes cirúrgicos, os dados também enfatizaram o impacto dos finais de semana. Uma grande análise de 2011 mostrou que os pacientes admitidos para cirurgia eletiva nos finais de semana apresentavam taxas de mortalidade significativamente mais altas do que aqueles admitidos durante a semana. E num estudo de 2016, os pacientes tiveram um risco significativamente aumentado de morte após a cirurgia num fim de semana.
"Quando se deparam com uma cirurgia de emergência, os pacientes internados nos finais de semana correm maior risco de morte, seja por complicações pós-operatórias ou outros fatores."
Os dados do pronto-socorro também confirmam a existência do efeito fim de semana. O estudo descobriu que os pacientes admitidos nos fins de semana tinham uma probabilidade significativamente maior de morrer no pronto-socorro do que aqueles admitidos durante a semana. Por exemplo, um estudo com mais de 3,78 milhões de pacientes do pronto-socorro mostrou que os pacientes internados nos finais de semana apresentavam uma taxa de mortalidade significativamente maior.
No entanto, nem todos os estudos chegam a conclusões consistentes. Alguns estudiosos questionam se esse efeito pode estar relacionado ao adoecimento mais grave dos pacientes nos finais de semana. Eles acreditam que existem certas diferenças nas condições dos pacientes internados nos hospitais, o que faz com que os dados do efeito do fim de semana possam não ser totalmente precisos.
"Quanto ao impacto real do efeito de fim de semana, ainda são necessárias mais pesquisas para analisar os fatores de base de diferentes pacientes."
Uma tendência semelhante foi encontrada no ambiente da unidade de terapia intensiva (UTI). Vários estudos sobre internações nos finais de semana e risco de mortalidade demonstraram que pacientes internados em UTIs nos finais de semana apresentam maior risco de morte do que pacientes internados durante a semana. No entanto, nem todos os estudos apoiam isto, com alguns sugerindo que outros factores, como a saúde geral do paciente, são mais preditivos do que o momento da admissão.
A maioria dos estudos nesta área mostrou que a distribuição de recursos médicos, o horário de trabalho da equipe médica e o estado de saúde dos pacientes são fatores importantes que afetam os resultados dos pacientes internados nos finais de semana. Os recursos médicos são geralmente mais escassos nos fins de semana do que durante a semana, o que deixa os pacientes com menores chances de sobrevivência.
"Essas descobertas levantam a questão: como podemos melhorar os recursos médicos de fim de semana para melhorar as taxas de sobrevivência dos pacientes?"
Em última análise, o efeito do fim de semana não se trata apenas de números; na verdade, é um desafio profundo na prestação de cuidados de saúde. Melhorar a forma como os hospitais funcionam aos fins-de-semana é, sem dúvida, uma direção importante na qual a investigação e a prática futuras devem concentrar-se. À medida que o sistema de saúde continua a avançar, poderemos encontrar uma forma de resolver este problema para que cada paciente receba sempre o melhor atendimento?