A Análise Temática é uma das formas mais comuns de análise em pesquisa qualitativa, com foco na identificação, análise e interpretação de padrões de significado (ou "temas") em dados qualitativos. Em contraste com outras abordagens qualitativas, como teoria fundamentada, análise do discurso, análise narrativa e análise fenomenológica interpretativa, a análise temática é frequentemente vista como um método ou técnica, enquanto outras abordagens podem ser descritas como metodologias ou estruturas teóricas. A análise temática pode ser vista como um termo abrangente para diversas abordagens diferentes, em vez de um método único.
“A flexibilidade da análise temática permite que ela seja facilmente ajustada e adaptada a uma variedade de dados e questões de pesquisa.”
A análise temática pode ser usada em uma variedade de dados qualitativos, desde entrevistas e grupos focais até pesquisas e observações. Essa abordagem vai além da simples contagem de frases ou palavras em um texto e se aprofunda no significado explícito e implícito dos dados. No centro desse processo está a codificação, que envolve a identificação de itens de valor analítico nos dados e a marcação deles com rótulos de codificação. Por meio da codificação, o pesquisador conseguiu estabelecer temas a partir dos dados.
De acordo com as psicólogas Virginia Braun e Victoria Clarke, a análise temática pode ser dividida em três formas principais: método de confiabilidade de codificação, método de livro de códigos e método de reflexão sexual. Desde que foi proposta pela primeira vez no periódico Qualitative Research Psychology em 2006, a análise temática reflexiva se tornou uma referência para análise temática e recebeu mais de 120.000 citações no Google Acadêmico, demonstrando seu amplo impacto na comunidade acadêmica.
“A formação de um tópico é um processo dinâmico no qual os pesquisadores desempenham um papel ativo em vez de serem espectadores passivos.”
A flexibilidade da análise temática é uma característica importante dela, tornando-a adaptável a uma variedade de estruturas teóricas e projetos de pesquisa, e adequada para explorar as experiências de vida, comportamentos e processos sociais dos participantes. Por meio desse método, os pesquisadores podem se aprofundar nos fatores e normas sociais que influenciam um fenômeno específico, durante o qual a identificação de temas depende de uma compreensão e análise abrangentes dos dados.
Embora a análise temática seja favorecida por sua flexibilidade e ampla aplicabilidade, ela inevitavelmente envolve certas suposições filosóficas e conceituais durante o estágio de análise. O processo de codificação pode ser indutivo ou dedutivo, o que significa que a formação de temas pode depender do conteúdo específico dos dados ou de estruturas teóricas anteriores. Também há diversidade na definição de tópicos. Alguns acadêmicos acreditam que os tópicos devem ser baseados em significados comuns, enquanto outros argumentam que os tópicos precisam cobrir apenas resumos de informações relacionadas a um tópico específico.
“Em uma análise temática, o julgamento do pesquisador é uma ferramenta fundamental para determinar quais temas são mais importantes.”
Vale a pena notar que o processo de análise temática não consiste simplesmente em listar os temas nos dados um por um. Os pesquisadores devem elaborar perguntas cuidadosamente durante o processo de codificação e refletir sobre as intenções por trás dos códigos selecionados e sua relevância para a questão da pesquisa. Na pesquisa qualitativa, a ambiguidade e a flexibilidade são frequentemente suas características, portanto, ao conduzir uma análise temática, são necessárias avaliações e ajustes constantes.
Os pesquisadores também precisam prestar atenção especial ao uso de diários reflexivos durante a análise qualitativa. Esses registros ajudam os pesquisadores a rastrear como seus valores e julgamentos influenciam os resultados finais da análise, promovendo um processo de pesquisa mais transparente. A reflexão e o registro no diário ajudam a evitar vieses subjetivos no processo de análise e incentivam a consideração cuidadosa dos dados.
Finalmente, não há respostas simples quando se considera o tamanho da amostra. Muitos pesquisadores qualitativos acreditam que o tamanho e a qualidade da amostra devem ser determinados com base em uma variedade de fatores, como o escopo da questão da pesquisa e a riqueza do método de coleta de dados. Embora existam algumas diretrizes, o julgamento final cabe ao pesquisador entender e interpretar os dados.
No processo de exploração da análise temática, devemos pensar: como podemos encontrar esses temas potenciais significativos neste oceano de dados qualitativos e usá-los para refletir verdadeiramente a complexidade da experiência humana?