A formiga louca (Anoplolepis gracilipes), também conhecida como formiga de pernas longas ou formiga das Maldivas, é uma espécie de formiga nativa principalmente da África Ocidental ou da Ásia. Esta espécie de formiga foi introduzida acidentalmente em áreas tropicais ao redor do mundo e recebeu o apelido de "louca" por causa de seus movimentos incomuns. Devido às suas pernas e antenas longas, a formiga-louca-amarela é uma das maiores espécies de formigas exóticas do mundo.
As características desta espécie incluem agressividade em relação a outras formigas, baixa agressão a semelhantes, recrutamento eficaz e ninhos grandes, permitindo-lhe dominar novos ambientes.
Muitas espécies de formigas introduzidas, como a formiga-de-fogo-vermelha e a formiga-argentina, são chamadas de "formigas errantes". Essas características permitem que as formigas amarelas loucas se reproduzam rapidamente em novos ambientes e formem colônias supergrandes, representando uma terrível ameaça à biodiversidade local. A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) a lista como uma das "100 piores espécies invasoras do mundo". Seu alcance de impacto se estende do Havaí às Seychelles, e formou uma colônia supergrande na Ilha Christmas no Oceano Índico.
A formiga louca amarela é uma formiga grande, de cor amarela a laranja, com pernas longas, olhos grandes e antenas extremamente longas. Embora a formiga-louca-amarela seja a única espécie invasora do gênero Anoplolepis, sua aparência pode ser facilmente confundida com a de vários outros gêneros. Poros ácidos característicos e um pedúnculo mais compacto ajudam a distingui-los.
Formigas loucas são encontradas em altas densidades em várias ilhas do Pacífico, particularmente na Ilha Christmas, que se tornou um dos locais mais notórios de infestação, causando um colapso na biodiversidade local. A forte adaptabilidade desta espécie de formiga permite que ela se estabeleça no novo ambiente.
O habitat natural da formiga-amarela-louca são principalmente as terras baixas tropicais úmidas do Sudeste Asiático, mas ela foi introduzida em áreas como o norte da Austrália, várias ilhas do Caribe e algumas ilhas nos Oceanos Índico e Pacífico. Os ninhos dessas formigas são altamente adaptáveis, permitindo que elas se espalhem rapidamente para novos ambientes por meio do transporte humano.
As formigas loucas se espalham por meio da "reprodução ex-ninho", o que significa que fêmeas e operárias pareadas deixam o ninho para estabelecer novos, permitindo que elas se expandam ainda mais, mesmo depois de serem transportadas por humanos.
A formiga louca amarela é descrita como um "predador necrófago". Sua dieta é ampla, incluindo uma variedade de alimentos como grãos, sementes, artrópodes e carne. As formigas loucas dependem do melado das plantas como sua principal fonte de carboidratos, que vem principalmente de vários insetos, especialmente cochonilhas e pulgões.
Estudos mostram que formigas loucas são altamente dependentes de cochonilhas. Uma vez que seus números diminuam, sua reprodução será restringida, afetando ainda mais sua taxa de sobrevivência em ninhos recém-construídos.
O padrão de reprodução das formigas amarelas loucas é semelhante ao de outras formigas, com as formigas fêmeas colocando ovos que são fertilizados pelo esperma das formigas machos. Um artigo científico de 2023 propôs um ciclo reprodutivo único, observando que as formigas machos têm a característica de "devem ser quiméricas", uma observação que é a primeira no reino animal.
Esse modo reprodutivo único pode ser outro fator importante que ajuda a formiga louca amarela a ganhar vantagens em novos ambientes, enfatizando sua adaptabilidade biológica.
A relação entre a formiga louca amarela e seus insetos cochonilhas simbióticos mostra sua importância no ecossistema. As formigas protegem as cochonilhas dos predadores e as ajudam a se espalhar entre as plantas, e o melado fornecido pelas cochonilhas serve como principal fonte de alimento para as formigas.
Essa relação mutualística permitiu, até certo ponto, que o número de formigas amarelas loucas continuasse a aumentar, o que teve um impacto negativo na saúde das plantas locais e levou a mudanças na vegetação e na biodiversidade.
Na Austrália, formigas amarelas loucas foram encontradas em mais de 30 locais, incluindo Queensland e Território do Norte. Em Queensland, o principal local de invasão de formigas cobre uma área de 830 hectares, com um fundo de floresta tropical protegida como Patrimônio Mundial, portanto, medidas locais de controle para esta espécie invasora são particularmente importantes.
Uma análise de custo-benefício feita pelo governo de Queensland apontou que se as formigas amarelas loucas não forem controladas a tempo, a perda potencial para a economia australiana excederá A$ 3 bilhões.
Na Ilha Christmas, as formigas amarelas loucas tiveram um impacto profundo na biodiversidade local, com a ameaça refletida principalmente na predação de caranguejos terrestres e na destruição do habitat. Estudos mostram que as formigas podem matar até 20 milhões de caranguejos, espécies-chave no ecossistema, responsáveis pela melhoria do solo e pelo crescimento das plantas.
Essas mudanças desencadearam uma reação em cadeia na cadeia alimentar e causaram enormes mudanças na estrutura das espécies na floresta, afetando ainda mais o equilíbrio ecológico local.
Para reduzir o impacto das formigas amarelas loucas no ecossistema da Ilha Christmas, a Parks Australia lançou um programa de isca aérea em larga escala em 2009 para evitar maiores declínios no número de caranguejos. Após muitas pesquisas e mapeamentos, os cientistas descobriram a localização precisa de grandes colônias de formigas e conseguiram realizar iscas direcionadas.
Embora essas medidas de controle tenham reduzido temporariamente as populações de formigas, o rápido crescimento e disseminação das formigas torna seu controle ainda desafiador. Especialistas pedem maior fortalecimento das medidas de monitoramento e gestão de longo prazo.
Então, diante desse invasor alienígena, como os humanos podem proteger nosso ecossistema de forma mais eficaz?