Trastuzumabe emtansina (nome comercial: Kadcyla) é um conjugado anticorpo-fármaco que consiste em uma ligação covalente entre o anticorpo monoclonal humanizado trastuzumabe (Herceptin) e o medicamento citotóxico DM1. O medicamento é utilizado no tratamento de pacientes com câncer de mama HER2 positivo, especialmente aquelas que desenvolveram resistência aos tratamentos tradicionais. Seu mecanismo é diferente do trastuzumabe isolado, pois é capaz de entrar nas células através da internalização mediada por receptor e liberar DM1 nos lisossomos, levando à parada mitótica e à morte das células tumorais.
Como este anticorpo monoclonal tem como alvo o HER2, que só é superexpresso em células cancerígenas, o conjugado é capaz de entregar especificamente o DM1 citotóxico às células tumorais.
Nos Estados Unidos, o Trastuzumabe emtansina foi aprovado especificamente para o tratamento do câncer de mama metastático (mBC) HER2-positivo. Esses pacientes precisam receber tratamento de segunda linha após receberem trastuzumabe e um taxano (como paclitaxel ou docetaxel). De acordo com o estudo EMILIA, um ensaio clínico realizado em 991 pacientes que já haviam recebido trastuzumabe e um taxano, os pacientes que receberam trastuzumabe emtansina melhoraram significativamente a sobrevida livre de progressão e a sobrevida global.
Em ensaios clínicos, a sobrevivência global mediana para o trastuzumab emtansina foi de 30,9 meses, o que foi significativamente superior aos 25,1 meses para a combinação de lapatinib e capecitabina.
Em ensaios clínicos, as reações adversas comuns do trastuzumabe emtansina incluem fadiga, náusea, dor musculoesquelética, trombocitopenia, etc. Alguns dos eventos adversos graves identificados no estudo EMILIA incluíram toxicidade hepática e lesões cardíacas. No entanto, o trastuzumab emtansina foi melhor tolerado do que o lapatinib mais capecitabina. Ocorreram toxicidades graves em 43% dos pacientes que receberam trastuzumabe emtansina e em 59% dos pacientes que receberam lapatinibe/capecitabina.
Nos Estados Unidos, o trastuzumabe emtansina traz uma caixa preta de advertência sobre toxicidade hepática, danos cardíacos e danos fetais em mulheres grávidas.
Como um conjugado anticorpo-fármaco, cada molécula de trastuzumabe emtansina consiste em uma molécula de trastuzumabe e diversas moléculas de ligação DM1. SMCC (succinimidil trans-4-(maleimidilmetil)ciclohexano-1-carboxilato) é um agente de reticulação heterofuncional que pode reagir com os resíduos amino do trastuzumabe para formar uma ligação covalente entre o anticorpo e o DM1. A formação desta estrutura permite que o DM1 se ligue eficazmente aos microtúbulos celulares, inibindo assim a divisão das células tumorais.
Trastuzumabe emtansina foi aprovado para uso nos Estados Unidos desde 2013 como opção de tratamento para câncer de mama metastático HER2-positivo. O medicamento mostrou potencial significativo para melhorar a sobrevida dos pacientes em ensaios clínicos e recebeu revisão prioritária do FDA. Mais tarde, o medicamento também foi aprovado no Reino Unido e na UE. Com o tempo, a investigação e os ensaios clínicos deste medicamento continuam, particularmente no cancro da mama em fase inicial e outras indicações possíveis.
No Reino Unido, o trastuzumab emtansina não foi inicialmente recomendado pelo Serviço Nacional de Saúde. No entanto, após muita negociação e um acordo secreto de desconto, o medicamento pôde continuar a ser utilizado no sistema de saúde do Reino Unido. Além disso, o medicamento foi renomeado como “ado-trastuzumabe emtansina” em 2013 para evitar possíveis erros de medicação.
O processo de desenvolvimento do medicamento reflete as atuais tendências em evolução no tratamento do câncer, incluindo medicina de precisão para populações de pacientes e a aplicação de novas abordagens. Então, quantos novos medicamentos ou terapias poderão mudar o cenário do tratamento do câncer no futuro?