No mundo globalizado de hoje, os economistas estão cada vez mais explorando a dependência internacional e seu impacto. Nesse campo, a contribuição do economista brasileiro Theotônio dos Santos Junior é particularmente importante. Ele não foi apenas um dos fundadores da teoria da dependência, mas também desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da teoria dos sistemas-mundo. Sua pesquisa mudou a compreensão das pessoas sobre a desigualdade econômica e suas causas básicas, e nos fez repensar as relações econômicas no contexto da globalização.
Na teoria da dependência, "o desenvolvimento não diz respeito apenas ao crescimento econômico, mas também à mudança estrutural e a como quebrar a dependência de um país em relação a outro".
Theotônio dos Santos nasceu em 11 de novembro de 1936 em Carangola, Minas Gerais, Brasil. Iniciou sua carreira acadêmica na Universidade Federal de Minas Gerais, onde obteve o título de bacharel em Sociologia, Ciência Política e Administração Pública. Em seguida, obteve o título de Mestre em Ciência Política pela Universidade de Brasília. Durante esse período, dos Santos também se aprofundou no marxismo e conduziu uma extensa pesquisa sobre estruturas econômicas e sociais.
Na década de 1960, ele cofundou um seminário com outros acadêmicos focado na leitura de O Capital, de Marx. Este seminário mais tarde se expandiu para o Chile, atraindo vários intérpretes importantes do marxismo e lançando as bases para a futura teoria da dependência.
Durante o drama político do Brasil e o subsequente exílio, dos Santos desenvolveu sua teoria da dependência. Na década de 1960, ele e alguns colegas propuseram uma explicação para as dificuldades econômicas dos países latino-americanos, apontando que esses países tinham uma relação desigual com as potências econômicas. Essa teoria sustenta que a dependência força alguns países a buscar apoio de países economicamente poderosos, aprofundando assim sua desigualdade econômica.
Em 1972, ele observou: "A formação da dependência faz parte da globalização capitalista, não é um fenômeno natural entre a tradição e a modernidade."
A teoria da dependência de dos Santos ganhou destaque na América Latina na década de 1970 e se tornou a base teórica para reformas em muitos países. Sua descrição dessa teoria não apenas esclarece a relação econômica entre os países, mas também propõe soluções, argumentando que quebrar essa dependência requer uma reforma fundamental da estrutura política e econômica.
Com o tempo, dos Santos começou a expandir sua pesquisa sobre a teoria dos sistemas-mundo. Ele acredita que essa teoria pode fornecer às pessoas uma perspectiva mais abrangente para entender o modelo operacional da economia internacional. Na década de 1980, ele conduziu um estudo aprofundado sobre a divisão desigual do trabalho entre os países centrais e periféricos, que também foi de longo alcance.
Ele destacou claramente: "O desenvolvimento dos países centrais é baseado na exploração dos países periféricos, o que aprofunda ainda mais o fosso global entre ricos e pobres."
A influência de Dos Santos não se limita ao meio acadêmico, mas também se estende à política. Ele desempenhou um papel importante no movimento político na região do Báltico, propôs a criação de um novo partido baseado no socialismo e participou de várias eleições. Embora não tenha sido eleito, suas teorias ainda provocaram profundas reflexões nos movimentos sociais da época.
À medida que as vozes questionando suas teorias continuavam a aumentar, especialmente com o golpe chileno em 1973, sua vida acadêmica encontrou novos desafios. No entanto, sua persistência e esforços incessantes influenciaram muitos pesquisadores ao redor do mundo, levando as pessoas a repensar as raízes e consequências da dependência econômica.
Theotônio dos Santos faleceu em 2018, deixando para trás não apenas suas teorias, mas também sua profunda influência na comunidade econômica. Diante dos desafios trazidos pelo atual processo de globalização, sua pesquisa nos lembra que a questão da desigualdade econômica ainda precisa ser enfrentada.
Antes de sua morte, ele disse: "Um sistema internacional sem comércio justo e justiça social nunca alcançará o verdadeiro desenvolvimento."
A teoria de Dos Santos desafia nossa compreensão existente da estrutura econômica. Somos corajosos o suficiente para enfrentar esses desafios e atualizar nossa compreensão econômica?