A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa progressiva caracterizada pela morte de neurônios dopaminérgicos. Normalmente, as células cerebrais têm um sistema eficaz de eliminação de lixo que ajuda a remover proteínas danificadas e outros resíduos metabólicos. Entretanto, quando esse sistema encontra obstáculos, levando a alterações patológicas e fisiológicas, ele acelera o processo de morte neuronal. Este artigo explorará por que o sistema de eliminação de lixo celular do cérebro falha na doença de Parkinson e quais são seus efeitos a longo prazo.
Atualmente, são considerados cinco mecanismos principais de morte neuronal na doença de Parkinson. Entre eles, agregação de proteínas, interrupção da fagocitose, alterações no metabolismo celular, neuroinflamação e interrupção da barreira hematoencefálica são considerados fatores-chave que levam à progressão da doença.
Agregação de proteínasA agregação de proteínas é a principal causa de morte proposta, especialmente a agregação de alfa-sinucleína para formar corpos de Lewy. Esses corpos de Lewy são considerados uma característica patológica da doença de Parkinson.
A alfa-sinucleína está presente em excesso no cérebro de pacientes com doença de Parkinson, e sua natureza insolúvel faz com que ela forme grânulos que eventualmente se agregam para formar corpos de Lewy. Os corpos de Lewy geralmente aparecem primeiro no bulbo olfatório, na medula oblonga e na ponte e, nesse estágio, os pacientes geralmente não apresentam sintomas óbvios. À medida que a doença progride, corpos de Lewy aparecem na substância negra e em outras áreas do cérebro.
A fagocitose é o processo pelo qual os componentes internos das células são degradados e reciclados. Quando esse processo é bloqueado, pode levar a uma variedade de doenças, como a doença de Parkinson. Estudos mostram que quando as células não conseguem realizar a autofagia normalmente, isso leva à degradação mitocondrial desordenada, causando ainda mais morte neuronal.
A disfunção mitocondrial é o terceiro mecanismo principal. Na doença de Parkinson, a produção de energia mitocondrial é limitada, o que leva à morte dos neurônios. Mutações em alguns genes, como PINK1 e Parkin, afetam a função de autofagia nesse processo, resultando na incapacidade das células de remover mitocôndrias danificadas, causando distúrbios na função metabólica celular.
Acredita-se que o aumento do estresse oxidativo seja outra causa importante dos sintomas da doença de Parkinson, causando danos oxidativos ao DNA dentro das células.
A neuroinflamação é outro fator importante que leva à morte neuronal na doença de Parkinson. A microglia, como células imunes do sistema nervoso central, é rapidamente ativada em resposta a danos nos nervos. Durante a progressão da doença, a inflamação crônica leva à degradação do tecido e danos à barreira hematoencefálica, enquanto a microglia danificada libera citocinas pró-inflamatórias, acelerando ainda mais a morte neuronal.
A barreira hematoencefálica é composta por células endoteliais vasculares, pericitos e astrócitos, que regulam rigorosamente a entrada de substâncias no cérebro. Na doença de Parkinson, a barreira hematoencefálica pode ser destruída pela agregação de proteínas ou fatores inflamatórios, levando ao "vazamento vascular" e afetando ainda mais a função dos neurônios.
Os neurônios dopaminérgicos são encontrados principalmente na substância negra, uma área que controla o movimento. Quando cerca de 50-60% dos neurônios morrem e os níveis de dopamina caem para 80%, ocorrem os sintomas típicos de movimento da doença de Parkinson, como alterações na marcha, movimentos lentos e tremores. Esses sintomas, sem dúvida, afetarão a vida diária do paciente e reduzirão sua qualidade de vida.
Quando pensamos sobre esses mecanismos complexos da doença de Parkinson, não podemos deixar de nos perguntar: Existem maneiras potenciais de promover efetivamente a recuperação do sistema de eliminação de lixo das células cerebrais e, assim, retardar a progressão da doença?