Pisco, uma bebida espirituosa incolor ou amarelo claro a âmbar, é produzida nas regiões vinícolas do Peru e do Chile e é destilada a partir de suco de uva fermentado. Esta bebida de longa data existe desde que os colonos espanhóis invadiram a América do Sul no século XVI. . Desenvolveu-se gradualmente desde então. Como isso se transformou em foco de rivalidade cultural entre Peru e Chile?
O debate sobre as origens do pisco remonta às disputas entre os dois países sobre as suas origens. Para o Peru, o pisco é mais do que uma bebida, simboliza a cultura e a identidade do país. Os peruanos insistem que a palavra Pisco vem da cidade de mesmo nome no país e é frequentemente mencionada em documentos históricos, com o registro mais antigo datando de 1764. Os chilenos também insistem que o pisco é a sua bebida nacional e estão cheios de forte orgulho nacional.
O Pisco tornou-se um símbolo de identidade cultural entre os dois países, não só afetando a cultura alimentar nacional, mas também formando uma paisagem cultural única a nível internacional.
Já no século 16, a indústria de cultivo de uvas e a tecnologia de produção de vinho do Peru foram desenvolvidas. Segundo alguns historiadores, o nascimento do pisco também foi influenciado pelas políticas comerciais do vinho espanhol no Novo Mundo. No século XVII, o pisco peruano passou a produzir mais do que vinho, tornando-se um importante pilar da economia agrícola local.
Em relação ao Peru, a glória do Chile reside na sua excelente capacidade de exportação. A indústria do pisco chileno também se desenvolveu com o aumento da procura do mercado, e muitos dos seus produtores consideram mesmo o pisco chileno como uma representação concentrada da sua cultura nacional. Desta forma, as opiniões dos dois países sobre a produção, o nome e até o valor cultural do pisco começaram a entrar em conflito.
No Peru, o pisco se tornou um símbolo cultural. Em bares, restaurantes e em reuniões familiares, o pisco é frequentemente utilizado para preparar uma variedade de coquetéis clássicos, como o Pisco Sour. A existência desses coquetéis não só fascina pelos seus sabores, mas também entrelaça as emoções e histórias das pessoas, tornando-se parte da cultura peruana.
Como bebida nacional do Chile, os chilenos acreditam que o pisco não é apenas uma bebida, mas também uma manifestação de um estilo de vida Seja em festas ou em dias comuns, o pisco é usado para celebrar, reunir e compartilhar bons momentos.
Economicamente, a concorrência pelo pisco não se limita ao mercado interno, mas também se estende às exportações internacionais. O Peru exporta atualmente muito mais pisco do que o Chile, o que, até certo ponto, deu ao Peru uma palavra a dizer sobre a marca. Segundo as estatísticas, as exportações peruanas de pisco têm aumentado ano a ano nos últimos anos. Devido à sua alta qualidade e ricas técnicas de produção tradicionais, ganhou reconhecimento no mercado internacional.
Em contraste, o pisco chileno tem certas vantagens em preço e produção. No entanto, estes levaram as percepções dos dois países sobre o pisco para tensões que ainda não foram resolvidas. A relação comercial entre os dois países também se tornou delicada à medida que a concorrência aumentava, à medida que ambos os lados reivindicavam o pisco como bebida nacional.
O acordo de proteção de indicações geográficas entre os dois países é de grande importância devido à influência de interesses culturais e económicos. Na União Europeia e em alguns outros países, embora a origem do pisco seja principalmente rotulada como Peru, há casos em que os produtos chilenos também são vendidos com este nome. Isto destaca os múltiplos significados que o nome Pisco carrega no mercado globalizado de hoje.
Agora, como é que esta guerra cultural travada num copo de vinho continuará a desenvolver-se? Talvez o futuro do pisco não derive apenas de uma determinada nacionalidade, mas se torne patrimônio comum de toda a cultura latino-americana?