Carlos Roberto Ludwig
Federal University of Tocantins
Network
Latest external collaboration on country level. Dive into details by clicking on the dots.
Publication
Featured researches published by Carlos Roberto Ludwig.
Cadernos do IL | 2017
Carlos Roberto Ludwig
Este artigo investiga a relacao ambigua entre Macbeth e Banquo como duplos da consciencia na peca Macbeth, de Shakespeare. Num certo sentido, Banquo funciona como a consciencia de Macbeth que nao seguiu “o caminho do mal”, ao passo que Macbeth representa a dimensao da consciencia que escolheu o crime e a usurpacao do trono. Shakespeare criava duplos como Macbeth e Banquo, Othello e Iago, como um artificio estetico para enfatizar um traco psicologico de uma personagem. O duplo e evidente porque ha uma relacao ambigua de cordialidade e cumplicidade entre Banquo e Macbeth, a ponto de Banquo simplesmente ignorar as acoes de Macbeth.
Revista Scripta Uniandrade | 2016
Carlos Roberto Ludwig
Este artigo analisa a obra de Carolina Maria de Jesus, Quarto de despejo : diario de uma favelada. Busca-se demostrar, em sua escrita, o poder da palavra e de dar voz a mulher pobre, negra, favelada e catadora de lixo. Ao tomar para si mesma este poder, a autora cumpre seu papel de intelectual ao retratar o ambiente em que vivia, suas mazelas e dificuldades, bem como as experimentadas pelos moradores da favela do Caninde. Sua escrita pode ser considerada um divisor de aguas na prosa literaria brasileira, pois antes dela nao ha registro de uma inscricao autoral negra e feminina articulando na palavra cotidiana a experiencia do urbano. O trabalho aponta que a escrita de Carolina e um ato de empoderamento, e nesse sentido referimo-nos nao apenas a construcao de uma consciencia critica, pelo sujeito-Carolina, de seu contexto natural, social, cultural e politico de vida, mas principalmente a uma aquisicao de poder e a um processo articulado que integra a construcao de uma consciencia critica com a acao, nesse caso, a acao/escrita da obra literaria. Nesta perspectiva, Quarto de Despejo e uma tomada de consciencia a respeito de fatores de diferentes ordens – economica, politica e cultural – que conformam a realidade e incidem sobre o sujeito. PALAVRAS-CHAVE: Carolina de Jesus. Escrita empoderada. Quarto de despejo.After a brief investigation of thematic, structural and cultural aspects in Terry Johnson’s play Hitchcock Blonde (2003), this paper discusses cinematic references scripted in the text by the British playwright. Thereafter, we aim at providing evidence that in the homonymous Brazilian stage production, by Vigor Mortis (2008), the director Paulo Biscaia not only transposes the indications of the use of video and other cinematic features from page to stage, but creates a series of innovative media technologies not present in Johnson’s text, which will be analyzed in the light of contemporary theoretical perspectives. Keywords: Hitchcock Blonde . Terry Johnson. Paulo Biscaia. Intermediality. Cinematic references.Starting from the biblical episode of “The Flight into Egypt”, this essay, based on Cluver’s, Rajewski’s and Souriau’s theoretical concepts on interart approaches, discusses the pictorial transposition of this text to Giotto’s and Fra Angelico’s frescos. It then considers the way the styles of these two Renaissance painters are reflected in Portinari’s works on the same theme. As he moves from his initial academicism to modern experimentalism in the preliminary drawings and paintings for the 1952 works, and especially in the later works on the theme, between 1953 and 1960, “The Flight into Egypt” has continued to inspire the artist, establishing a dialogical relationship between the biblical theme and themes from Brazilian culture and history. Keywords: Intermediality. Interculturality. The Bible . Portinari.Pretendemos neste artigo analisar os elementos simbolicos escolhidos pelo poeta catarinense Lindolf Bell para descrever o indio Xokleng apos o periodo de convivencia com os colonizadores europeus no territorio de Santa Catarina. O material tomado como base de analise e o poema intitulado “Poema para o indio Xokleng”, ressaltando a sua potencia poetica como cena historica. Tendo em vista que esta materialidade e um texto cultural, utilizaremos como tecnica de investigacao a mitocritica proposta por Durand (1996) como metodologia. Pretendemos verificar a pregnância simbolica e a forca dos elementos selecionados e expressos no poema para imprimir e refletir a condicao que foi (im)posta ao sujeito indigena Xokleng. Palavras-chave: Xokleng. Potencia Poetica. Imaginario.O discurso narrativo na literatura de testemunho, um genero que se enquadra nos textos life writing , caracteriza-se por um “eu” ambiguo, colaborador e polifonico, ja que neste “eu” ressoam, por um lado, a voz da testemunha dos acontecimentos vividos como representante dum grupo especifico, e por outro lado, a voz do autor da obra. A analise do “eu pobre” em dois obas classicas da literatura de testemunho, Hasta no verte Jesus mio (1969) de Elena Poniatowska e Me llamo Rigoberta Menchu y asi me nacio la conciencia (1983) de Elizabeth Burgos, mostra que a representacao da pobreza da coerencia narrativa assim como sentido individual e coletivo as protagonistas-narradoras. Palavras-chave: literatura de testemunho, pobreza, subaltern studies , narratologiaAmparado na Teoria Literaria e nos Estudos da Intermidialidade, este artigo discute duas questoes: a primeira diz respeito a presenca do insolito, fenomeno muito discutido como procedimento estetico pelos estudiosos da literatura. Neste trabalho se investiga o modo como esse recurso comparece em Guernica , de Pablo Picasso, e na leitura desta obra feita por Lena Gieseke, em uma infografia digital. A segunda questao esta relacionada a transposicao intersemiotica. Nesta questao se focaliza o modus operandi desse processo, analisando as linguagens e as solucoes esteticas escolhidas para cada midia. Palavras-chave: Guernica . Pablo Picasso. Lena Gieseke. Transposicao intersemiotica.Neste artigo, comparamos a tragedia classica Antigona , escrita por Sofocles, com o drama Eva Peron , do escritor argentino Raul Natalio Roque Damonte Botana Taborda (Copi), sob o ponto de vista da memoria, bem como dos mitos previamente elaborados acerca de suas protagonistas reconfigurados pelos autores. A partir da tragedia mencionada, procuramos encontrar vestigios de uma individualidade evidenciada pelo dramaturgo grego que caracterize a possibilidade de uma especie de vontade individual na polis, conduzindo ao entendimento da atual nocao de individualidade no texto dramatico contemporâneo, s em desconsiderar a historicidade do conceito e as distintas epocas nas quais os textos ora comparados foram escritos. Discutimos ainda a impossibilidade da configuracao tragica no drama inspirado pela figura historica de Evita. Palavras-chave: Mitologias politicas. Peronismo. Raul Damonte Botana Taborda (Copi). Sofocles. Referencias ARISTOTELES. Poetica. Trad. Eudoro de Souza. Lisboa: Fundacao Calouste Gulbenkian, 2011. BORNHEIM, G. O sentido e a mascara. 3. ed. Sao Paulo: Perspectiva, 2007. BRANDAO, J. S. Teatro grego: tragedia e comedia. 7. ed. Petropolis: Vozes, 1999. CANDAU, J. Memoria e identidade. Trad. Maria Leticia Ferreira. Sao Paulo: Contexto, 2012. CARIGNANO, M. L. M. Eva Peron. Ironia, historia e mito na literatura contemporânea. Estudos Linguisticos XXXVI, Sao Paulo, n. 3, set.-dez. 2007. COPI (TABORDA, R. N. R. D. B.). Eva Peron. Trad. Jorge de Monteleone. Buenos Aires, Adriana Hidalgo, 2000 [1970]. COPI (TABORDA, R. N. R. D. B.). Eva Peron. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2007 [1970]. ELIADE, M. Mito e realidade. Trad. Pola Civelli. Sao Paulo: Perspectiva, 1972. GIRARDET, R. Mitos e mitologias politicas. Trad. Maria Lucia Machado. Sao Paulo, Cia. das Letras, 1987. GUMBRECHT, H. U. Modernizacao dos sentidos. Trad. Lawrence Flores Pereira. Sao Paulo: Editora 34, 1998. HALBWACHS, M. La memoire collective. Paris: PUF, 1950. HESIODO. Teogonia: a origem dos deuses. Trad. Jaa Torrano. Sao Paulo: Iluminuras, 2003. JAEGER, W. Paideia: a formacao do homem grego. 3. ed. Trad. Arthur Parreira. Sao Paulo: Martins Fontes, 1995. MELO, A. El amor de los muchachos: homosexualidad & literatura. Buenos Aires: Lea, 2005. ORTIZ, A. D. Eva Peron: la biografia. Buenos Aires: Aguilar, 1995. POLLACK, M. Memoria e identidade social. Estudos Historicos, Rio de Janeiro, vol.5, n.10, 1992. ROMERO, L. A. Historia contemporânea da Argentina. Trad. Edmundo Barreiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. SARLO, B. A paixao e a excecao: Borges, Eva Peron, montoneros. Trad. Rosa Freire d’Aguiar et al. Sao Paulo: Companhia das Letras, 2005. SOFOCLES. Antigona. Trad. Donald Schuler. Porto Alegre: L & PM, 1999. STERZI, E. Formas residuais do tragico. Alguns apontamentos. In: FINAZZI-AGRO, E; VECCHI, R (orgs). Formas e mediacoes do tragico moderno: uma leitura do Brasil. Sao Paulo: Unimarco, 2004. p. 103-112. VECCHI, R. O que resta do tragico: uma abordagem no limiar da modernidade cultural brasileira. In: FINAZZI-AGRO, E; VECCHI, R (orgs). Formas e mediacoes do tragico moderno: uma leitura do Brasil. Sao Paulo: Unimarco, 2004. p. 113-124. WILLIAMS, R. Tragedia moderna. Trad. Betina Bischof. Sao Paulo: Cosac & Naify, 2002. DOI: http://dx.doi.org/10.18305/1679-5520/scripta.uniandrade.v12n1p157-179O romance Mad Girl’s Love Song , da escritora indiana Rukmini Bhaya Nair, e um complexo entrelacamento de fabula pos-colonial e intertextualidade: a narradora-protagonista, menina-moca esquizofrenica, voa em asas de anjo pelos espacos de uma imaginacao exaltada, onde convive com Sylvia Plath, William Blake e D.H. Lawrence. Surtos esquizoides levam-na a procurar nessa inter-relacao respostas para um futuro que nao encontra na vida “real”. Focaliza-se especificamente a relacao da protagonista com Sylvia Plath, transformada em personagem de sua propria historia de vida. A narrativa em primeira pessoa por uma personagem desequilibrada reflete, segundo Bhaya Nair, a esquizofrenia coletiva da condicao pos-colonial, que se analisa em paralelo. Palavras-chave: Intertextualidade. Pos-colonialismo. Sylvia Plath. Rukmini Bhaya Nair.Acompanhando uma tendencia da literatura contemporânea, a prosa literaria brasileira tem procurado, nas ultimas decadas, representar a experiencia do individuo por meio de formas cada vez mais subjetivas. O proposito deste texto e observar no romance Tanto faz , de Reinaldo Moraes (1981), a ocorrencia de uma modalidade bastante subjetiva – a autoficcao. O artigo esta organizado em dois segmentos: no primeiro, discutimos a ascensao dos relatos subjetivos na literatura e da autoficcao; no segundo, mostramos como se manifestam na literatura brasileira contemporânea e no romance de Reinaldo Moraes. Palavras-chave: Autoficcao. Narrador. Literatura brasileira contemporânea. Ditadura civil-militar.O presente trabalho consiste em um estudo da obra ficcional de Salim Miguel, centrado nas diferentes estrategias de figuracao de si utilizadas com vistas a embaralhar as fronteiras entre vida e obra. No intuito de refletir sobre como isso se da, selecionamos seis obras representativas: A morte do tenente e outras mortes (1979), A vida breve de Sezefredo das Neves, poeta (1987), Primeiro de abril: narrativas da cadeia (1994), Onze de Biguacu mais um (1997), Nur na escuridao (1999) e Reinvencao da infância (2009), nas quais sobressaem aspectos que apontam para a necessidade premente de debater a presenca incomoda do autor em seu texto. A partir dessa perspectiva analitica, objetivamos refletir sobre a criacao de um “espaco autoficcional” na obra de Salim Miguel como lugar de encontro do ficcionista/colecionador de historias com a sua propria experiencia e, igualmente, lugar de recriacao dessa experiencia limiar entre o “ato de viver” e o “ato de contar”. Palavras-chave: Escritas de si. Autoficcao. Figuracao de si. Colecionador. Salim Miguel.Este artigo busca realizar um estudo do metodo de criacao de Luiz Antonio de Assis Brasil, tomando como corpus o conjunto formado pelos tres primeiros livros da serie que ele denomina de Visitantes ao sul . Representam esse conjunto: O pintor de retratos (2001), A margem imovel do rio (2003) e Musica perdida (2006). Nesse sentido, propomos uma leitura sincronico-diacronica, a partir de B. Tomachevski, em “Tematica”, e J. Tynianov, em “Da evolucao literaria”, publicados em Teoria da literatura – Formalistas Russos (1973). A partir desse dialogo, em contraponto, objetivamos discutir nao apenas o ser da obra de arte, mas tambem suas relacoes com series historicas, pensamento critico e teoria. Palavras-chave: Literatura. Historia. Criacao. Metaficcao. Teoria. Critica.O presente artigo propoe uma leitura das obras de Jorge Luis Borges e Italo Calvino pautada pela nocao de arquivo, o qual e entendido, a partir das concepcoes de Jacques Derrida, como um espaco marcado por questoes historicas, nomologicas e topologicas. As obras dos dois escritores sao, nessa perspectiva, tomadas como “arquivos literarios” nos quais sao colocados em convivencia textos de diferentes epocas e lugares, de distintos generos e valorizacoes hierarquicas, oriundos de variados campos do saber, os quais se aproximam indistintamente. Para refletir sobre esta aproximacao, utilizam-se como principais referenciais teorico-criticos as nocoes de “heterotopia”, desenvolvida por Michel Foucault, e de “como viver junto”, tal qual delineada por Roland Barthes. Palavras-chave: Literatura. Arquivo. Heterotopia. Jorge Luis Borges. Italo Calvino.Dom Casmurro e os discos voadores (2010), de Lucio Manfredi, acrescenta generos de literatura de massa – ficcao cientifica, terror gotico e outros ─ ao romance de Machado de Assis. Apos examinar tentativas inadequadas de categorizar o texto, discutem-se suas relacoes intramidiaticas com o romance canonico e intermidiaticas com filmes, series de T.V. e animacao. Embora nao se observe articulacao clara de diferentes midias, e perceptivel uma relacao indireta. Trata-se de referencias intermidiaticas, como quer Irina Rajewski. Em uma tentativa de remodelar a midia contemporânea, oferecendo experiencia mais autentica ou imediata, o texto e exemplo ilustrativo de um meio impresso que busca simular outras midias, na cultura da realidade virtual de hoje, que exige immediacy ─ um contato mais intimo com a realidade visual cotidiana e relacao imediata com o conteudo do meio reconstruido. Palavras-chave: Intermidialidade. Remediacao. Reescritura. Dom Casmurro. Referencias ASSIS, M. de. Dom Casmurro. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. BOLTER, J. D. & GRUSIN, R. Remediation: Understanding New Media. Cambridge: MIT Press, 2002. DINIZ, T. F. N. & VIEIRA, A.S. (Orgs). Intermidialidade e estudos interartes. Desafios da arte contemporânea 2. Belo Horizonte: UFMG, 2012. DUME, P. Dom Casmurro e os discos voadores recria classico em forma de ficcao cientifica, 2012. Disponivel em: www1.folha.uol.com.br/ Acesso em 11 de fevereiro de 2013. DUNCAN, C. Quem rege o mundo da arte? In: DINIZ, T. F. N. & VIEIRA, A.S. (Orgs). Intermidialidade e estudos interartes. Desafios da arte contemporânea 2. Belo Horizonte: UFMG, 2012. p. 17-40. ECO, U. Viagem na irrealidade cotidiana. Traducao de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. GLEDSON, J. Introduction. ASSIS, J. M. M. Dom Casmurro. Library of Latin America. New York: Oxford University Press, 1998. HIGGINS, D. Intermidia. Traducao de Amir Brito. In: DINIZ, T. F. N. & VIEIRA, A.S. (Orgs). Intermidialidade e estudos interartes. Desafios da arte contemporânea 2. Belo Horizonte: UFMG, 2012. p. 41-50LIMA, H. Entrevista com Lucio Manfredi. Disponivel em: http://gomademascar.net/livros/goma. Acesso em 11 de fevereiro de 2013. MANFREDI, L. Dom Casmurro e os discos voadores. Sao Paulo: Lua de Papel, 2012. RAJEWSKY, I. O. Intermidialidade, intertextualidade e “remediacao”: Uma perspectiva literaria sobre intermidialidade. Trad. de Thais F. N. Diniz e Eliana Lourenco de Lima Reis. In: DINIZ, T. F. N. (Org). Intermidialidade e estudos interartes. Desafios da arte contemporânea. Belo Horizonte: UFMG, 2012a. p. 15-45. _____. A fronteira em discussao: o status problematico das fronteiras midiaticas no debate contemporâneo sobre intermidialidade. In: DINIZ, T. F. N. & VIEIRA, A.S. (Orgs). Intermidialidade e estudos interartes. Desafios da arte contemporânea 2. Belo Horizonte: UFMG, 2012b. p. 51-74 DOI: http://dx.doi.org/10.18305/1679-5520/scripta.uniandrade.v11n1p182-200Este artigo aborda dois contos do livro Primeiras estorias (1961), de Joao Guimaraes Rosa, “A menina de la” e “Partida do audaz navegante”. A intencao e refletir de que modo a linguagem do autor revela uma perspectiva nao realista no tratamento dado ao enredo; para isso serao trazidos alguns elementos de composicao proprios do discurso fantastico tradicional e assim esclarecer pontos de contato e divergencia com a realizacao de Guimaraes Rosa. Por meio da abordagem dos efeitos fantasticos da linguagem roseana veremos que em “A menina de la” a linguagem infantil, fora do uso utilitario do mundo adulto, altera as relacoes de causa e efeito instaurando o milagre. Em “A partida do audaz navegante” a linguagem infantil, num outro vies, estabelece-se como criacao poetica e se sobrepoe a realidade tangivel, subvertendo-a. Palavras-chave: Linguagem. Realismo. Fantastico. Guimaraes Rosa.Conforme Bakhtin, o romance incorporou a diversidade linguistica, sem possuir uma configuracao estetica propria, como genero literario. Assimilou formas especificas de generos nao-literarios, sobretudo os de escritas de si, como autobiografias, cartas e diarios. O romance-diario, como subgenero ou modalidade literaria, assimila do diario algumas especificidades que identificam a relacao formal entre ambos. No entanto, o romance-diario tem se caracterizado por fazer experiencias com a configuracao daquele genero, atraves da elaboracao de configuracoes que confirmam a fluidez do romance, enquanto incorporam do diario caracteristicas, como o uso da primeira pessoa e da narracao proxima do presente do narrado. Observam-se, no presente estudo, possibilidades de configuracao do romance-diario que confirmam a fluidez do romance a partir do reconhecimento da inter-relacao entre os generos. Palavras-chave: Diario. Romance. Romance-diario. Configuracoes. Bakhtin.O ensaio propoe-se a refletir sobre nocoes de infância apercebidas em A menina sem palavras (2013), de Mia Couto, buscando afirmar a infância como instância poetica e nao cronologica. Trata-se de operar com a nocao de que e no estado infantil que o espirito esta livre para criar, liberando novas possibilidades de significados de mundo (Walter Benjamin). E, tambem, lidar com a concepcao de que na infância e proprio profanar a linguagem e as estruturas dos usos ja consagrados (Giorgio Agamben). Em Mia Couto, a prosa e evocacao poetica sem desprender-se da densa vida colonizada, oprimida e, por vezes, invisivel nos paises na periferia do capital. Infância e politica do pensar e do fazer. Literatura e politica, assim, prefiguram uma nocao de infância em Mia Couto. Palavras-chave: Infância. Linguagem poetica. Politica. Mia CoutoThis paper relies on and furthers a hypothesis advanced in previous research: that the well-known eccentricities to be found in the early-modern corpus of the Portuguese colonizers of Brazil — its references to entities like monsters and demons, its bizarre descriptions, and odd classification systems — can be explained in view of a certain style of thinking, addressing a specific ontological concern. Ontology emerges here as a structural differentiating factor between radically distinct kinds of approach to reality, and the notions of excess and metonymy helps us to characterize the specificity of a cognitive enterprise which, in its several manifestations, is rather literary-religious than scientific-empirical. Our perspective is critical and theoretical, grounded on both perennial and contemporary discussions such as renaissance Christian Neoplatonism and poststructuralist thinking. And it covers significantly visual culture, which helps us to present Brazilian colonial literature on a broad canvas. Keywords: Brazilian colonial literature. Christian Neoplatonism. Poststructuralism. Ontology. Visual culture.The article will center on the necessary but always problematic notion of media borders, which has since long been scrutinized by intermedial studies. My initial observation is that it is impossible to navigate in one’s material and mental surrounding if one does not categorize objects and phenomena; without categorizations everything would be a blur – difficult to grasp and to explain. However, categorization requires borders, and borders can and should always be disputed. The area of communication is not an exception: on one hand it is necessary to somehow categorize media into types, and on the other hand it is not evident how these categorizations should be made. My aim is not to argue in favor of or against certain ways of classifying communicative media, but to try to explain some of the functions and limitations of media borders. I argue, in brief, that there are different types of media borders and hence different types of media types; if these differences are not recognized, the understanding of media categorization will remain confused. Whereas some media borders are relatively stable, others are more subject to change; therefore, media borders can be understood to be both identified and construed. However, in the end virtually all media borders can be bridged over through our cross-modal cognitive capacities. Keywords: media borders, media types, categorization, intermediality, multimodality, cross-modality, iconicity.Este artigo defende que a traducao de um texto dramatico deve, quando necessario, evidenciar suas caracteristicas jornalisticas, levando em consideracao que o texto teatral e hibrido. Tal opcao e evidente em obras de Bertolt Brecht. Assim, o olhar do tradutor, que atua dialeticamente para que o acontecimento seja abordado o mais completamente possivel, assemelha-se ao do comunicador, que traduz um acontecimento conforme os generos jornalisticos. Buscamos apontar os diferentes criterios levados em conta por tradutores de O circulo de giz caucasiano , estudando excertos de traducoes para o portugues, apontando caminhos, para, nesses momentos, intensificar os atributos de hibridismo do texto original. Palavras-chaves: Literatura dramatica. Jornalismo. Traducao. Bertolt Brecht. O circulo de giz caucasiano .
Literatura e Autoritarismo | 2016
Carlos Roberto Ludwig
Este ensaio discute as projecoes do masculino sobre o feminino que provoca uma representacao ambivalente e distorcida das personagens femininas em Shakespeare. Esta ambivalencia masculina particular cria visoes negativas sobre as personagens femininas e desencadeiam visoes ludibriosas sobre o feminino, que parecem ser, em geral, figuras opacas nas pecas de Shakespeare. Consequentemente, as figuras femininas sao segregadas e sao alvo de violencia e negacao nas pecas. No caso de Macbeth , sua esposa inicia a peca como uma figura cuja forca ajuda Macbeth a conquistar o trono. Contudo, no decorrer da peca ha um afastamento progressivo que leva a negacao e violencia contra as personagens femininas. Essa discussao esta fundamentada nos estudos sobre fantasias maternas de Adelman (1992) e a nocao e interioridade de Maus (1995). A partir destas duas discussoes, crio o conceito de projecoes interiores para discutir a distorcao criada pelas personagens masculinas sobre as femininas.
TEXTURA - ULBRA | 2017
Carlos Roberto Ludwig
Revista de Literatura, História e Memória | 2017
Carlos Roberto Ludwig
Revista Scripta Uniandrade | 2017
Carlos Roberto Ludwig
Translatio | 2016
Carlos Roberto Ludwig
Revista De Letras | 2016
Carlos Roberto Ludwig
Revista Cerrados | 2016
Nelzir Martins Costa; Wagner Rodrigues Silva; Carlos Roberto Ludwig
Letras de Hoje | 2016
Carlos Roberto Ludwig