Durante o período Cretáceo Inferior, cerca de 130 milhões de anos atrás, os ecossistemas de zonas úmidas no norte da China estavam entre os ambientes com maior diversidade biológica da Terra. Este período é chamado de "Erhe Biota" e inclui todos os organismos do nordeste da China atual. Mas como o ecossistema desta área foi formado? Por que ele preserva um registro fóssil tão rico? Essas questões atraíram a atenção de muitos cientistas e nos permitiram obter uma compreensão mais profunda do mundo biológico daquela época.
O ecossistema da Biota Erhe é dominado por pântanos e lagos, e o clima é bastante ameno, com chuvas sazonais frequentes. A existência desses ambientes teve um impacto profundo na evolução e na diversidade da vida. Estudos mostram que a evolução desse ecossistema foi influenciada por erupções vulcânicas intermitentes, que depositaram cinzas vulcânicas nos sedimentos lacustres, proporcionando excelentes condições para a preservação de vestígios biológicos.
A Biota Erhe contém não apenas um grande número de fósseis, mas também excelente preservação, muitas vezes incluindo esqueletos totalmente articulados, tecidos moles, padrões de cores e até mesmo folhas e flores de plantas.
As formações Yixian e Jiufotang em Erhe são consideradas áreas ideais para preservação de fósseis e também são conhecidas como Lagerstätte. O alto grau de preservação desses fósseis permite aos cientistas analisar as características estruturais e os hábitos de vida dos primeiros organismos. De acordo com o estudo, esses animais e plantas entraram no lago em um ambiente relativamente estável, por isso não foram danificados pela enchente.
A rápida deposição de cinzas vulcânicas criou um ambiente privado de oxigênio ao redor dos fósseis, evitando predadores, um fator essencial para a excelente preservação dos organismos.
A biodiversidade da Erhe Biota é extremamente surpreendente. Além de uma variedade de fósseis de plantas e animais, muitas espécies "relíquias" que eram conhecidas apenas no Jurássico Superior ou em períodos anteriores foram descobertas. Essas espécies não apenas refletem as mudanças ecológicas daquela época, mas também mostram a posição importante do nordeste da Ásia na evolução dos dinossauros.
Por exemplo, a descoberta do Sinosauropteryx, um antigo dinossauro ornitísquio, e do Dendrorhynchoides, um dos primeiros pterossauros, são evidências fósseis surpreendentes.
O que vemos não é apenas um registro da história, mas também um marco importante no caminho da evolução.
O estudo da Biota Jehol começou na década de 1960. Com a descoberta de fósseis e o avanço da tecnologia, a compreensão da comunidade científica sobre essa biota se aprofundou gradualmente. À medida que mais descobertas são feitas, os cientistas continuam a explorar as relações evolutivas desses biomas e suas interconexões com a biodiversidade global.
Por exemplo, Gu introduziu pela primeira vez o nome "Jehol Biota" em 1962 e, com pesquisas subsequentes, esse termo descreve a evolução dos organismos desde o final do período Jurássico. Esses estudos fornecem informações importantes para entender a evolução dos ecossistemas e os impactos das mudanças ambientais.
Geólogos e paleontólogos se dedicaram a juntar as peças do complexo quebra-cabeça da vida na região de Jehol, revelando insights sobre como os ecossistemas antigos funcionavam e se adaptavam.
Embora tenha havido grande progresso em nossa compreensão da biota de Erhe, muitas questões permanecem sem resposta. Os cientistas precisam de mais análises estratigráficas do escudo para entender melhor a evolução do ecossistema. Ao mesmo tempo, também precisamos combinar essas descobertas com mudanças globais nos ecossistemas para entender a evolução geral da biodiversidade.
Pesquisas científicas atuais mostram que Erhe não é uma simples ecologia isolada, mas inclui espécies de todo o mundo, formando uma biota diversificada e rica. Com uma exploração mais profunda no futuro, seremos capazes de descobrir mais segredos por trás dessa biodiversidade?