Com o desenvolvimento da ciência, o conceito anterior de que o leite materno humano é estéril foi derrubado. Estudos mostram que na verdade existe uma rica combinação de microrganismos no leite materno, a microbiota do leite humano (HMP). Esses micróbios desempenham um papel importante em uma comunidade de outros microrganismos conhecida como microbioma humano.
A microbiota do leite materno, como potenciais bactérias comensais, mutualísticas e até probióticas, tem grande importância para a saúde intestinal dos bebês.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), probióticos são "organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem um benefício à saúde do hospedeiro". O leite materno não só contém bactérias lácticas benéficas, mas também fornece a base para o desenvolvimento de um intestino saudável em recém-nascidos.
Estudos iniciais descobriram que a concentração de bactérias no leite materno de mulheres saudáveis é de cerca de 103 unidades formadoras de colônias (UFC) por mililitro. O estudo também mostrou que os microrganismos no leite materno estão intimamente relacionados aos microrganismos intestinais de bebês amamentados e provou ainda que o leite materno pode formar colônias microbianas "benéficas" nos intestinos do bebê.
Estudos mostram que bactérias comuns no leite materno incluem bifidobactérias e lactobacilos, que podem não apenas inibir o crescimento de microrganismos patogênicos, mas também melhorar a saúde dos sistemas intestinal e imunológico do bebê.
Vários fatores podem influenciar a composição da microbiota do leite materno, incluindo o índice de massa corporal da mãe, o sexo do bebê, o tipo de parto e o padrão de amamentação. Estudos descobriram que mulheres que não usam antibióticos têm relativamente mais Lactobacillus e Bifidobacterium no leite materno.
A saúde da mãe também está ligada à composição da microbiota do leite materno. Por exemplo, um IMC materno mais alto está associado a níveis mais baixos de Bifidobacterium e Lactobacillus no leite materno. Em contraste, o leite materno de mulheres com HIV apresentou maior diversidade bacteriana e mais Lactobacilos.
Devido ao rico conteúdo microbiano do leite materno, bebês amamentados geralmente têm menos infecções e seus microbiomas intestinais contêm um número maior de bactérias benéficas, como Bifidobactérias e Lactobacilos. Essas bactérias importantes fornecem suporte imunológico e promovem a saúde.
Estudos recentes mostraram que bebês que recebem fórmula de continuação enriquecida com Lactobacillus têm significativamente menos infecções gastrointestinais e respiratórias.
Embora estudos existentes tenham fornecido insights preliminares sobre a microbiota do leite materno e a saúde do bebê, é necessária uma exploração mais aprofundada de participantes de diferentes regiões para entender a variabilidade entre as populações.
Portanto, o microbioma do leite materno é mais do que uma simples comunidade de microrganismos; pode ser um fator-chave no desenvolvimento intestinal do bebê. Quando nos deparamos com tais desafios, devemos pensar profundamente: que impacto esses potenciais "super-heróis" têm na saúde do bebê?