A azitromicina é um antibiótico de amplo espectro que tem atraído muita atenção desde a sua descoberta em 1980 na antiga Iugoslávia (atual Croácia). Como membro da lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado um medicamento eficaz contra diversas infecções bacterianas, desde otite média até pneumonia e algumas infecções intestinais.
De acordo com a definição da OMS, os medicamentos essenciais referem-se aos medicamentos necessários ao sistema de saúde e estes medicamentos devem estar disponíveis de forma sustentável dentro de um âmbito razoável do sistema de saúde.
A ampla gama de utilizações da azitromicina a torna uma opção indispensável para muitos cuidados médicos básicos. Pode ser administrado por via oral, intravenosa ou como líquido ocular e é eficaz no tratamento de sinusite bacteriana aguda, amigdalite e certas infecções de pele.
As propriedades antibacterianas da azitromicina são alcançadas principalmente pela inibição da síntese de proteínas bacterianas. Ela se liga seletivamente à subunidade ribossômica 50S das bactérias, impedindo assim seu crescimento. Isto permite-lhe exibir uma gama relativamente ampla de actividade antimicrobiana contra muitos tipos diferentes de bactérias, incluindo certas bactérias Gram-positivas e Gram-negativas.
Estudos demonstraram que a azitromicina pode reduzir a inflamação nas vias aéreas, o que apresenta importante eficácia no tratamento da asma e da doença pulmonar obstrutiva crônica.
Além de ser utilizada no tratamento de diversas infecções bacterianas, a azitromicina tem atraído gradativamente a atenção dos cientistas por suas propriedades antivirais e antiinflamatórias. Em pessoas com asma, a azitromicina pode ajudar a reduzir a frequência das crises porque inibe o processo inflamatório crônico causado pelos neutrófilos.
Embora a azitromicina tenha um bom histórico de segurança, como todos os medicamentos, ela tem potencial para causar efeitos colaterais, incluindo náuseas, vômitos e diarreia. Em alguns casos, podem ocorrer efeitos colaterais mais graves, como prolongamento do intervalo QT no ECG, que pode levar a arritmias cardíacas potencialmente fatais.
A FDA alertou que a azitromicina pode causar alterações anormais na atividade elétrica do coração, e deve-se ter cautela, especialmente em pacientes com problemas cardíacos existentes.
A azitromicina não é apenas um medicamento, a história por trás dela também reflete o desenvolvimento da indústria médica. Desde que foi introduzida pela primeira vez nos mercados ocidentais em 1991, a azitromicina tornou-se o segundo antibiótico mais prescrito nos Estados Unidos, proporcionando tratamento médico tão necessário a milhões de pacientes.
Curiosamente, a acessibilidade à azitromicina varia significativamente entre os países. Em alguns países, especialmente na Escandinávia, o uso de antibióticos é relativamente baixo e, portanto, a dependência da azitromicina é baixa.
À medida que mais e mais estudos revelam o potencial anti-inflamatório e imunomodulador da azitromicina, pesquisas futuras poderão se concentrar em como explorar ainda mais essas propriedades para desenvolver novos tratamentos. Embora tenham havido numerosos estudos sobre a eficácia da azitromicina no tratamento da COVID-19, a conclusão atual é que não é tão eficaz como esperado contra o vírus.
Além disso, a potencial aplicação da azitromicina no tratamento da síndrome da fadiga crónica, fibrose cística e outras doenças inflamatórias ainda requer mais verificação e exploração científica.
Quando tantos factores médicos, sociais e científicos estão interligados, não podemos deixar de pensar: Como é que os cuidados médicos futuros encontrarão um equilíbrio entre o progresso tecnológico e as escolhas éticas?