A teoria crítica da raça (TRC) é um campo de estudo focado na relação entre conceitos sociais de raça e etnia, direito social e político e a mídia de massa. A teoria sustenta que o racismo é sistêmico e não se baseia apenas em preconceitos individuais. A “crítica” enfatizada na TRC não é uma acusação ou culpa a um indivíduo, mas sim uma referência acadêmica derivada da teoria crítica. Um dos conceitos centrais dessa teoria é a interseccionalidade, que é como diferentes formas de desigualdade e identidade são influenciadas pela interconexão de raça, classe, gênero e deficiência.
Os estudiosos acreditam que a raça é uma construção social e não tem base biológica.
A teoria crítica da raça vê a desigualdade racial como um problema profundo na sociedade americana, e não simplesmente o resultado de eventos isolados. De acordo com essa teoria, resultados diferenciados por raça resultam de dinâmicas sociais e institucionais complexas, mutáveis e muitas vezes sutis, em vez de serem motivados por preconceitos explícitos e intencionais de indivíduos. Acadêmicos do CRT também apontam que a construção social e jurídica da lei americana é projetada para promover os interesses dos brancos em detrimento das pessoas de cor.
A teoria crítica da raça surgiu pela primeira vez na era pós-direitos civis nos Estados Unidos, quando as leis de direitos civis da década de 1960 estavam sendo enfraquecidas e as escolas estavam se tornando segregadas novamente. Como a desigualdade racial persiste mesmo depois que a igualdade é alcançada por meio da lei, nas décadas de 1970 e 1980 os acadêmicos da TRC começaram a reexaminar e expandir as teorias críticas de estudos jurídicos sobre classe, estrutura econômica e lei.
Gary Peller disse uma vez: "A teoria crítica da raça é completamente diferente do modelo tradicional de observação legal. Ela se concentra na desigualdade estrutural e institucional."
Um dos conceitos importantes da CRT é a sobreposição, que foi proposta pela jurista Kimberly Crenshaw. Ela ressalta que diferentes identidades estão interligadas para moldar suas próprias experiências e necessidades, afetando nossa compreensão da desigualdade social. A teoria crítica da raça confronta o fato de que o racismo não é um evento raro, mas uma norma na sociedade americana.
A teoria crítica da raça foi desenvolvida nos Estados Unidos na década de 1970, envolvendo acadêmicos como Derek Bell, Keir Harris e Bart History. Os trabalhos desses acadêmicos exploram as raízes da desigualdade racial e como o sistema jurídico desempenha um papel no reforço dessa desigualdade a partir de múltiplas perspectivas.
A teoria crítica da raça argumenta que a definição de raça não deve ser fixa, mas sim evoluir ao longo do tempo e do contexto histórico. Os acadêmicos buscam obter uma compreensão mais profunda das necessidades e situações de diferentes grupos sociais por meio da realização de análises interseccionais.
Bell mencionou em seu livro: "A igualdade racial é uma ilusão inatingível, e o racismo é permanente nos Estados Unidos."
Desde 2020, legisladores conservadores dos EUA tentam proibir ou restringir o ensino da teoria crítica da raça nas escolas de ensino fundamental e médio, bem como o treinamento relacionado dentro de agências federais. Esses oponentes alegam que a teoria crítica da raça é falsa, antiamericana, difama os negros, promove ideias radicais de esquerda e afirma que faz lavagem cerebral nas crianças.
No entanto, os defensores da teoria crítica da raça apontam que esses oponentes interpretam mal e exageram suas ideias básicas para suprimir a discussão sobre racismo, igualdade e justiça social de forma mais ampla. Eles acreditam que essa controvérsia na verdade reflete problemas profundos na compreensão básica da desigualdade racial na sociedade americana.
Os estudiosos enfatizam que o cerne da teoria crítica da raça é revelar os problemas estruturais da raça, em vez de simplesmente criticar os indivíduos.
Nesse debate em andamento, a teoria crítica da raça não se limita à academia; sua influência se espalhou para todos os níveis, incluindo educação, mídia, políticas públicas e movimentos sociais. A ocorrência de muitos eventos sociais, como o movimento "Black Lives Matter", chamou ainda mais a atenção das pessoas para a urgência das questões raciais.
A evolução da teoria crítica da raça revela os desafios estruturais invisíveis, mas profundamente arraigados, da desigualdade racial na sociedade americana. Diante da persistente desigualdade racial, precisamos repensar questões estruturais no direito, na sociedade e na política. Neste processo, podemos alcançar uma sociedade verdadeiramente justa? Esta é outra questão que vale a pena ponderar.