Na sociedade atual, a linguagem não é apenas uma ferramenta de comunicação, ela também reflete e afeta as relações de poder e as estruturas sociais. A análise crítica do discurso (ACD), como método de pesquisa que se concentra na revelação de significados sociais ocultos, pode interpretar essas desigualdades sociais ocultas. A essência da ACD é ver a linguagem como uma prática social, explorando como a linguagem desempenha um papel na formação e manutenção de estruturas de poder.
O objetivo da análise crítica do discurso é revelar a interação entre a linguagem e a realidade social e compreender como o poder opera em diferentes níveis sociais através da linguagem.
O termo análise crítica do discurso originou-se pela primeira vez na linguística crítica da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, na década de 1970. Estudiosos da área, notadamente Norman Fairclough e Ruth Wodak, introduziram perspectivas da teoria social e da teoria crítica, dando assim à ACD uma perspectiva tanto linguística quanto sociológica. Os estudiosos da ACD acreditam que o uso da linguagem é inseparável da estrutura social e, até certo ponto, os dois se constituem.
Os métodos de pesquisa do CDA incluem uma variedade de métodos extraídos das ciências humanas e sociais. Isto requer abordagens que desenvolvam uma compreensão profunda de como o discurso reproduz ou resiste às desigualdades sociais e políticas. Por exemplo, Stephen Theo levanta o fenómeno da discriminação racial nas reportagens sobre sexo e descreve como a linguagem mediática é utilizada nos principais meios de comunicação para influenciar a opinião pública.
Na análise, a ACD não se concentra apenas na estrutura específica de um texto ou conversa, mas também a vincula sistematicamente ao contexto sociopolítico.
A análise crítica do discurso tem sido amplamente utilizada em campos tão diversos como estudos de mídia, conteúdo publicitário, ensino de inglês e ciências ambientais. Na linguagem política, a ACD ajuda a examinar como a retórica dos políticos manipula a percepção pública. Por exemplo, os académicos exploraram a forma como os meios de comunicação social se envolvem na manipulação política durante o processo legislativo para promover leis mais rigorosas sem alterar os regulamentos.
A eficácia da ACD é que ela não apenas analisa a linguagem em si, mas também participa da interpretação e ação dos resultados desta análise de recursos.
No campo da análise crítica do discurso, muitos estudiosos como Fairclough, Wodak e Van Dijk lançaram as bases para isso. Os conceitos teóricos que propuseram, como “linguagem, poder, ideologia”, etc., ainda têm impacto nas pesquisas neste campo. Em particular, o quadro analítico tridimensional de Fairclough enfatiza a necessidade de considerar de forma abrangente a relação entre textos, práticas discursivas e antecedentes sociais e culturais durante a análise.
Através da análise crítica do discurso, podemos obter uma compreensão mais profunda de como a linguagem se torna uma ferramenta para a demonstração de poder e revelar ainda mais as raízes da desigualdade social. Na sociedade moderna, refletir sobre os discursos a que estamos expostos diariamente, especialmente no contexto dos meios de comunicação social e da política, ajudar-nos-á a compreender o nosso próprio lugar e a desencadear a possibilidade de mudança social. No entanto, olhando para o futuro, esta questão ainda merece uma reflexão profunda: Como usar a linguagem para desafiar o modelo de desigualdade social existente?