Em outubro de 2023, a mídia divulgou um documento de política preparado pela agência de inteligência israelense, que propunha a transferência forçada de 2,3 milhões de moradores da Faixa de Gaza para a Península do Sinai, no Egito. O documento de política, intitulado “Alternativas à Política Civil de Gaza”, rapidamente atraiu ampla atenção e até mesmo condenação em casa e no exterior, mostrando o impacto significativo que a proposta poderia ter na situação regional.
O documento, chamado "Documento de Política: Opções de Política em Relação aos Civis em Gaza", contém três alternativas possíveis destinadas a abordar o desafio à segurança de Israel após o grande ataque do Hamas.
Das três opções apresentadas no documento, a Opção A, que restauraria a soberania da Autoridade Palestina, foi considerada a mais arriscada porque foi estimada como ineficaz na prevenção de ataques futuros. A opção B, de estabelecer um novo governo local em Gaza, também foi rejeitada, inclusive por razões que não amenizariam as tensões.
O documento afirma que a Opção C é, sem dúvida, a solução mais preferida no momento, mas haverá obstáculos significativos para sua implementação.
O documento afirma ainda que o plano específico para a opção C é construir uma cidade temporária, depois estabelecer um corredor humanitário e, finalmente, construir uma cidade permanente. A proposta levanta questões sobre o direito humanitário e internacional, pois exigiria o deslocamento forçado de 2,3 milhões de civis e envolveria a criação de uma zona segura ao longo da fronteira entre Egito e Israel para impedir o retorno de moradores deslocados.
O documento afirma: "O processo de transferência de pessoal irá, sem dúvida, desencadear uma grande controvérsia internacional."
Os oponentes apontaram que a proposta violava o direito internacional e os princípios humanitários. A mudança, e o medo e a insegurança resultantes entre o povo palestino, lembram o êxodo em massa conhecido como "Nakba" em 1948. Alguns observadores internacionais descreveram a proposta como "limpeza étnica" e apelaram à comunidade internacional para resistir a ela.
O governo israelense chamou o documento de "conceito hipotético" e disse que nenhuma discussão substancial ocorreu, mas mesmo assim piorou as relações entre Israel e Egito.
Enquanto a comunidade internacional continua observando, ainda não está claro se o documento e suas propostas poderão obter apoio dentro da estrutura do direito internacional. Embora o governo israelense tenha pedido aos Estados Unidos e outros países que pressionassem os países árabes para ajudar a reassentar os refugiados palestinos, ele também levantou profundas preocupações sobre os direitos humanos das pessoas realocadas.
A proposta de realocar essas 2,3 milhões de pessoas não envolve apenas grandes mudanças geopolíticas, mas também testa a responsabilidade moral da comunidade internacional diante de crises humanitárias. Como encontrar um equilíbrio entre garantir a segurança nacional e proteger os direitos humanos? Esta questão tem atraído cada vez mais atenção e discussão, e as consequências que se seguirão afetarão a futura situação internacional.
As pessoas não conseguem deixar de perguntar: Em tal crise, podemos encontrar uma solução que tenha o melhor dos dois mundos?