Na genética médica, heterozigosidade composta se refere à posse de dois ou mais alelos recessivos diferentes em um locus específico, o que pode causar doenças genéticas. Em outras palavras, quando um organismo tem dois alelos recessivos do mesmo gene, mas os dois alelos são diferentes (por exemplo, ambos os alelos podem ter sofrido mutação, mas em locais diferentes), o organismo é um heterozigoto composto. A heterozigosidade composta reflete a diversidade de genes que abrigam mutações em muitas doenças recessivas autólogas; muitos genes causadores de doenças sofrem mutações diversas vezes, o que significa que muitos distúrbios ocorrem em indivíduos com dois alelos não relacionados. Essas doenças são frequentemente conhecidas como casos homozigotos recessivos de uma mutação específica em certas populações, mas em formas heterozigotas compostas, a penetração da doença pode ser menor porque as mutações envolvidas são geralmente suficientes em combinação para afetar o indivíduo. Os efeitos não são tão graves quanto em pacientes com a forma clássica.
Embora a heterozigosidade composta tenha sido suspeita há muito tempo de causar doenças genéticas, a confirmação generalizada desse fenômeno não foi possível até a década de 1980, quando a tecnologia de reação em cadeia da polimerase tornou possível amplificar e sequenciar genes. Ser economicamente viável. Como a heterozigosidade composta afeta a manifestação e a gravidade de doenças genéticas é uma questão importante porque a nomenclatura e a classificação de muitas doenças genéticas são profundamente influenciadas por sua história. Muitas doenças foram originalmente observadas e classificadas com base em características bioquímicas e fisiopatologia, e o diagnóstico molecular preciso era amplamente inatingível antes que o diagnóstico genético se tornasse disponível.Isso faz com que heterozigotos compostos frequentemente desenvolvam sintomas mais tarde na vida, e os sintomas são relativamente leves.
Muitas doenças genéticas são, na verdade, famílias de doenças relacionadas que surgem nas mesmas vias metabólicas ou em vias metabólicas relacionadas.
Tome hemocromatose, por exemplo. Esse nome pode se referir a várias doenças genéticas diferentes que resultam em absorção excessiva de ferro. Todas essas variantes refletem falhas nas vias metabólicas relacionadas ao metabolismo do ferro, mas as mutações que causam a doença de armazenamento hepático de ferro podem ocorrer em diferentes loci genéticos. Embora a maioria dos casos de doença de armazenamento de ferro hepático sejam homozigotos para as mutações mais comuns no gene HFE, a heterozigosidade composta continua sendo uma possibilidade em cada um dos loci genéticos associados a essa doença.
Da mesma forma, na doença de armazenamento de ferro hepático, a taxa de penetração das mutações clássicas de HFE é incompleta e é afetada por múltiplos fatores. Portanto, a presença de heterozigosidade composta para doença de depósito de ferro hepático pode ser mais comum do que o indicado pelo diagnóstico patológico. Algumas doenças genéticas têm nomes mais precisos e representam um único ponto de falha em uma via metabólica.Influências ambientais como gênero, dieta e comportamento (por exemplo, abuso de álcool) são determinantes importantes da variação e dos resultados de certas doenças genéticas.
Por exemplo,
doença de Tay–Sachs
edoença GM2-ceramida
são consideradas a mesma doença, mas são nomeadas separadamente e representam condições diferentes que ocorrem quando a mesma enzima é ativado. Diferentes pontos de falha molecular de uma subunidade são necessários.
Em todas as três doenças, a heterozigosidade composta também é crítica para o desenvolvimento das formas variantes. Por exemplo, além da forma infantil clássica da doença de Tay-Sachs, a forma juvenil ou adulta pode ocorrer devido à heterozigosidade composta, geralmente porque um alelo causa a doença infantil clássica, enquanto o outro permite alguma atividade residual da enzima HEXA.
Para dar outro exemplo, a fenilcetonúria
e a anemia falciforme
também são representantes desse fenômeno. Nos casos específicos dessas doenças, um indivíduo que tem o gene da anemia falciforme e outra variante do gene da beta-globina apresentará sintomas independentemente de os alelos serem recessivos. Esses exemplos sugerem que a heterozigosidade composta não apenas desempenha um papel na ocorrência de doenças genéticas, mas também influencia as características clínicas que elas manifestam.
À medida que a pesquisa científica continua a se aprofundar, nossa compreensão de como a heterozigosidade composta afeta as doenças genéticas também está crescendo. Esses avanços não apenas nos ajudarão a entender e diagnosticar melhor as doenças genéticas, mas também podem abrir caminho para o desenvolvimento de estratégias de tratamento e medidas preventivas mais eficazes. No futuro, seremos capazes de explorar totalmente o potencial da decodificação do genoma para enfrentar os desafios de diversas doenças genéticas causadas pela heterozigosidade composta?