Complexo paterno em psicologia refere-se a uma associação inconsciente ou forte impulso inconsciente envolvendo especificamente a imagem ou protótipo de um pai. Esses impulsos podem ser positivos (admiração e busca por figuras paternas mais velhas) ou negativos (desconfiança ou medo). Sigmund Freud e os psicanalistas subsequentes viam o complexo paterno, especialmente os sentimentos ambivalentes do menino em relação ao pai, como um aspecto do complexo de Édipo. Em contraste, Carl Jung acreditava que tanto homens como mulheres poderiam ter um complexo paterno, que poderia ser positivo ou negativo.
“A misteriosa figura paterna não é apenas um símbolo de força, mas também um elemento básico para a compreensão da estrutura psicológica do indivíduo.”
O termo complexo paterno originou-se da frutífera colaboração entre Freud e Jung no início do século XX. Freud escreveu durante esse período que os neuróticos "sofrem, como Jung expressou, os mesmos complexos com os quais nós, pessoas normais, lutamos". Em 1909, Freud fez do "complexo paterno e da solução do homem-rato" o cerne de sua pesquisa. Ele acreditava que o comportamento obsessivo do homem-rato estava enraizado nas lutas infantis com a paternidade. Posteriormente, mencionou pela primeira vez o complexo paterno em 1911, acreditando que o medo e a resistência dos pacientes do sexo masculino em relação aos pais eram os obstáculos mais importantes em seu tratamento.
Com o passar do tempo, esse conceito sofreu alterações. Na década de 1920, embora o rompimento com Jung tenha tornado "complexo" um termo mais cauteloso nos círculos freudianos, o complexo paterno ainda ocupava um lugar importante em sua teoria, por exemplo, em "O Futuro da Ilusão" de 1927. Os seguidores de Freud geralmente usam esse conceito para explorar relações psicológicas complexas.
"Neste jogo psicológico, o complexo paterno fornece a cada geração insights psicológicos profundos."
À medida que o relacionamento deles se aprofundava, Jung expressou o desejo de desenvolver uma amizade entre pai e filho com Freud. No entanto, à medida que as dúvidas sobre as teorias de Freud se intensificaram, Jung e seus seguidores começaram a perceber o complexo paterno negativo escondido no coração de Jung, o que contribuiu para o conflito potencial entre os dois homens. A crítica de Jung de que Freud "trata seus alunos como pacientes... enquanto você se senta na posição paterna" mais uma vez enfatizou a natureza ambivalente do papel do pai.
Com a evolução dos tempos, o complexo paterno já não estuda simplesmente o patriarcado da era vitoriana, mas passa a explorar o impacto da ausência do pai nas mentes das pessoas contemporâneas. No contexto do pós-modernismo, o enfraquecimento da influência do pai torna a interpretação do complexo paterno mais complicada. Alguns estudiosos apontaram que o surgimento de novas questões na análise psicológica contemporânea, como a necessidade de pais ("fome paterna"), tornou-se um tema importante.
"A ausência do pai está intimamente relacionada à saúde mental, especialmente na sociedade moderna."
A especialista em transtornos alimentares Margo D. Main propôs o conceito de "fome paterna" em seu livro "Pais, Filhas e Comida" para enfatizar o impacto da ausência do pai no senso de autoestima da filha. Main explora ainda mais o desejo da criança de se conectar com o pai e os problemas psicológicos que a fome paterna insatisfeita pode causar. Além disso, a pesquisa de James M. Herzog também apontou o desejo subconsciente das pessoas pelo papel de pai, ecoando a ênfase da psicologia nas relações paternas.
O conceito de complexo paterno continua importante na cultura. Por exemplo, o poeta polaco Czeslaw Milosz escreveu uma vez sobre Einstein: "Tudo nele apelava ao meu complexo paterno, ao meu desejo de um protector e de um líder." E a escolha do nome artístico do músico pop Bob ·Dylan também foi interpretada como um nome artístico. rejeição do pai e um processo de busca por uma série de símbolos patriarcais. Todos esses fenômenos sociais e culturais refletem a importância do complexo paterno na psicologia e na cultura contemporâneas.
Ao discutir o complexo paterno e seu impacto na psicologia e na vida, não podemos deixar de perguntar: o complexo paterno ainda é um fator importante na formação da psicologia individual no mundo de hoje?