Na psicologia, o "complexo paterno" é um mecanismo psicológico complexo que envolve associações e impulsos inconscientes em direção à figura paterna. Esses impulsos podem ser positivos (admiração e busca por uma figura paterna mais velha) ou negativos (suspeita e medo do pai). Sigmund Freud e psicanalistas subsequentes acreditavam que o complexo paterno e os sentimentos ambivalentes que um menino tem em relação ao pai estão intimamente relacionados ao complexo de Édipo. Em contraste, Carl Jung acreditava que tanto homens quanto mulheres poderiam ter complexo paterno, e que os efeitos desse complexo poderiam ser positivos ou negativos.
Freud certa vez destacou: "Os sentimentos dos filhos em relação aos pais constituem o fator mais importante de resistência no tratamento de pacientes do sexo masculino."
O termo complexo paterno tem origem na colaboração entre Freud e Jung no início do século XX. Em 1909, Freud fez do complexo paterno o cerne de sua pesquisa, apontando que "a luta da infância com a autoridade do pai é a raiz do comportamento obsessivo-compulsivo do povo latino". O complexo paterno também ocupa uma posição importante em Totem e Tabu, escrito entre 1912 e 1913. Embora o complexo paterno tenha sido incluído no complexo de Édipo mais amplo na visão geral da psicanálise de Otto Fincier em 1946, ele permaneceu como um conceito central para as preocupações de Freud no século XX.
Após seu desentendimento com Freud, Jung continuou a usar o complexo paterno para explorar o relacionamento entre pai e filho. Por exemplo, ele descreveu um paciente que era dependente do pai como "filho do pai" e ressaltou que um complexo paterno positivo pode fazer com que o paciente dependente do pai tenha uma confiança excessiva na autoridade. Jung enfatizou que um complexo paterno negativo pode fazer com que as mulheres desconfiem e tenham preconceito contra todos os homens.
Ao entrar no novo milênio, a atenção dos estudiosos pós-modernos sobre o complexo paterno gradualmente mudou para o problema da ausência do pai, enfatizando a falta de autoridade paterna. Como resultado das mudanças nas estruturas sociais, muitos psicanalistas começaram a explorar o conceito de "fome paterna", que se refere à interação entre o desejo de uma criança por uma conexão próxima com seu pai e as necessidades emocionais não atendidas de mulheres ou homens.
O conceito foi proposto por Margot D. Main em seu livro "Pais, Filhas e Comida", que explora como a ausência dos pais afeta a autoimagem e a saúde mental das mulheres.
O conceito de complexo paterno ainda existe na cultura. Por exemplo, o poeta Czeslaw Milosz escreveu certa vez sobre Albert Einstein que "tudo desencadeou em mim um complexo paterno, um desejo por um protetor e um líder". Muitos artistas, como Bob Dylan, optam por usar o nome do pai como pseudônimo e expressam sua reflexão e busca pela autoridade paterna.
Mas o famoso romancista D.H. Lawrence questionou o complexo paterno, chamando-o de "complexo de tolo".
Considerar o impacto do complexo paterno não é apenas a chave para entender a psicologia individual, mas também uma pista importante para explorar a dinâmica social e cultural. Ela revela as complexas conexões emocionais entre filhos e pais, e como essas conexões geram diferentes padrões de comportamento e problemas psicológicos na vida adulta. Por trás dessas teorias, deveríamos também refletir sobre como entender e resolver melhor as lacunas emocionais em nossa vida cotidiana e em diferentes níveis de relacionamentos interpessoais?