Ao longo da história humana, a evolução e a mutação dos vírus tiveram um impacto profundo na saúde humana. A evolução do vírus da imunodeficiência símia (SIV) para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) revela a complexidade das nossas interações com outros organismos na natureza. O SIV está presente há muito tempo em macacos não humanos e cruzou os limites das espécies em determinadas circunstâncias, afetando, em última análise, os seres humanos.
Historicamente, o SIV existe em macacos e símios há pelo menos 32 mil anos, se não mais.
Acredita-se que o SIV cause infecções persistentes em pelo menos 45 espécies de primatas não humanos, com base em análises de populações de macacos em ambientes ecológicos. Especialmente em África, a propagação do SIV está intimamente relacionada com as actividades de caça humana. A investigação mostra que a via de transmissão inicial do VIH-1 pode estar relacionada com a caça humana de chimpanzés e gorilas para exposição ao seu sangue.
A origem do HIV-2 está relacionada ao SIVsmm encontrado em orangotangos, que foi transmitido entre espécies.
A diferença entre o SIV e o VIH é que, embora o SIV normalmente não cause doenças nos seus hospedeiros naturais não humanos, os chimpanzés infectados com o mesmo vírus podem desenvolver sintomas semelhantes aos da SIDA humana. Isto sugere que quando o vírus é introduzido num novo hospedeiro, pode desencadear diferentes respostas patológicas.
Os cientistas acreditam que o SIV pode ter atravessado as fronteiras das espécies muitas vezes, em diferentes momentos da história, mas foi apenas nos tempos modernos, com a importância dos transportes modernos e o avanço da globalização, que realmente causou uma propagação em grande escala. A cultura de caça em África traz contacto frequente entre macacos e humanos, aumentando assim a probabilidade de infecção.
Este processo envolve não apenas a propagação do vírus, mas também a adaptação evolutiva do hospedeiro à doença. Embora o SIV cause poucas doenças em primatas não humanos, em contraste, o VIH causa SIDA nos seus hospedeiros humanos. Este fenómeno desencadeou uma investigação aprofundada na comunidade científica sobre a razão pela qual o SIV não apresenta patogenicidade óbvia em hospedeiros não humanos.
Alguns hospedeiros não humanos evoluíram ao longo de um longo período de tempo, permitindo-lhes regular naturalmente a sua resposta imunitária ao SIV e evitar eficazmente a doença.
Quando os humanos são infectados pelo vírus HIV, o processo patológico tem características diferentes do SIV. Embora ambos causem rápida perda de células T CD4+ no período pós-infecção inicial, a relação entre a estabilidade do sistema imunológico e a regulação viral é particularmente importante em primatas não humanos.
Por exemplo, os macacos verdes africanos infectados com o SIV não sofrem de infecção crónica e de activação imunitária como outros hospedeiros, indicando que os seus sistemas imunitários se adaptaram à presença do vírus e podem manter um estado relativamente saudável ao longo do tempo.
Esta adaptação permite que os macacos verdes africanos mantenham uma sobrevivência relativa e capacidades reprodutivas face ao SIV.
Os investigadores têm gradualmente voltado a sua atenção para as características do SIV e as suas interacções em hospedeiros naturais, a fim de prevenir a propagação do VIH. Vários estudos exploraram como as vacinas podem proteger eficazmente contra o SIV, com a esperança final de traduzir estas descobertas em soluções viáveis para combater o VIH.
Com o progresso da pesquisa de vacinas, os cientistas descobriram que designs melhorados de vacinas podem promover respostas imunológicas e até mesmo resistir com sucesso ao SIV altamente patogênico em experimentos em macacos. Além disso, a investigação em curso está a proporcionar uma compreensão mais profunda da relação subtil entre o SIV e o VIH e a explorar as suas potenciais implicações para as políticas de saúde pública.
Atualmente, a forma de utilizar ainda mais estes resultados de investigação para enfrentar os desafios globais de saúde continua a ser uma questão importante.
À medida que a epidemiologia global muda, há uma necessidade urgente de refletir sobre como podemos coexistir melhor com o nosso ambiente. Será que revelar como o SIV eventualmente evoluiu para o VIH servirá como um alerta para os seres humanos enfrentarem futuras epidemias?