As células 293 do rim embrionário humano (HEK 293) têm sido uma célula estrela na pesquisa biotecnológica desde que foram isoladas pela primeira vez na década de 1970. Estas linhas celulares imortais não só crescem rapidamente, como também possuem excelentes propriedades de transfecção, tornando-as ferramentas principais para o desenvolvimento de terapias genéticas, rastreio de medicamentos e produção de vírus. Porém, o potencial do HEK 293 vem de uma história pouco conhecida e de sua aplicação diante de desafios éticos.
Com o tempo, as células HEK 293 foram rapidamente aceitas pela indústria de biotecnologia devido à sua facilidade de transfecção e resultados experimentais reprodutíveis.
Com o desenvolvimento da biotecnologia, o HEK 293 derivou múltiplas variantes. Por exemplo, as células HEK 293T são geradas pela transfecção estável do antígeno T grande SV40 em HEK 293, o que as torna mais eficientes na transfecção. Além disso, HEK293-ENT1KO é uma cepa mutante criada com a tecnologia CRISPR, usada especificamente para estudar o transporte de nucleotídeos.
As células HEK 293 também se tornaram uma escolha popular para pesquisa de expressão genética devido à sua capacidade de crescimento e alta eficiência de transfecção. Estas células podem aceitar facilmente genes estranhos e estudar as proteínas expressas. Muitos experimentos, como os efeitos de drogas nos canais de sódio, o estabelecimento de sistemas de interferência de RNA e o estudo das interações proteína-proteína, são baseados em células HEK 293.
Em 1985, as células HEK 293 foram adaptadas à cultura em suspensão. Essa mudança promoveu a produção em massa de vetores adenovirais recombinantes e acelerou o processo experimental de engenharia genética.
A origem das células HEK 293 gerou debate sobre ética. Segundo alguns bioeticistas, as células podem ter vindo de abortos voluntários, levando muitos a serem cépticos em relação aos produtos utilizados em vacinas e tratamentos. Especialmente durante a epidemia de COVID-19, as células HEK 293 atraíram a atenção na produção da vacina COVID-19 da AstraZeneca. Embora estas células tenham sido filtradas no produto final, isto ainda desencadeou uma discussão generalizada na sociedade.
A produção e utilização de vacinas não é apenas uma questão científica, mas também uma profunda questão moral e social.
A aplicação de células HEK 293 em biotecnologia continuará a mudar a nossa compreensão e tratamento de doenças. Seja no desenvolvimento de vacinas ou em outras aplicações biotecnológicas, essas células são inestimáveis. No entanto, com o avanço da ciência e da tecnologia, a origem e as questões éticas das células HEK 293 ainda requerem mais diálogo e reflexão. Como deverá a investigação científica futura equilibrar o progresso tecnológico e as considerações éticas?