O misterioso papel da E-caderina: como ela afeta a adesão celular e o desenvolvimento de tumores?

A E-caderina, também conhecida como proteína de adesão epitelial, é uma importante proteína de adesão célula-célula essencial para manter a estrutura e a função dos tecidos. A E-caderina, codificada pelo gene CDH1, desempenha um papel importante em muitos tipos de câncer, incluindo câncer gástrico, de mama, de cólon, de tireoide e de ovário. Este artigo explorará em profundidade a função da E-caderina, sua importância na adesão celular e seu potencial impacto no desenvolvimento do tumor.

A E-caderina é responsável pela estabilização do tecido epitelial durante a adesão célula-célula e é um regulador da troca de material intercelular.

A descoberta da E-caderina foi impulsionada pelo biólogo japonês Masatoshi Takeuchi em 1966. Sua pesquisa inicial se concentrou na formação de lentes em pintinhos e, ao analisar culturas de células do olho, ele percebeu que a adesão célula-célula era essencial para manter a integridade das estruturas celulares. A E-caderina foi desenvolvida para ser dependente de cálcio e possui cinco unidades de repetição de caderina extracelular que, juntas, auxiliam na adesão celular.

Nas células epiteliais, a E-caderina mantém a integridade do tecido e forma conexões ao redor das células, apoiando assim a estrutura e a função dentro da célula. Sua degradação ou perda de função tem sido implicada no desenvolvimento de tumores, levando ao aumento da proliferação celular, invasão e metástase.

Quando a função da E-caderina é perdida, a força de adesão celular diminui, o que pode tornar mais fácil para as células cancerígenas atravessarem a membrana basal e invadirem os tecidos circundantes.

A ocorrência de tumores é frequentemente associada à transição epitelial-mesenquimal (TEM), na qual a E-caderina desempenha um papel importante. Durante a EMT, o nível de expressão da E-caderina diminui, fazendo com que as células percam suas propriedades de adesão firme, o que permite que elas se tornem células tumorais invasivas. À medida que os tumores progridem, as células geralmente passam por uma transição de um estado epitelial para um estado mesenquimal.

Mecanismo celular da E-caderina

A interação entre a estrutura interna da E-caderina e o citoesqueleto é fundamental para sua função. Quando a E-caderina forma junções entre as células, ela forma um complexo com α-catenina e β-catenina, o que garante a adesão célula a célula. Essa adesão não afeta apenas a estrutura do tecido, mas também transmite sinais entre as células aderidas que iniciam diferentes vias bioquímicas que afetam o crescimento e o movimento celular.

A E-caderina também desempenha um papel no ciclo celular: sua função de adesão pode inibir a proliferação celular porque a E-caderina desencadeia um mecanismo chamado inibição do contato celular, que ajuda a regular a densidade celular. Quando a densidade celular diminui, a ação da E-caderina é afetada, levando as células a reentrarem no ciclo celular e proliferarem.

A perda de E-caderina também está associada a um aumento significativo na capacidade metastática das células cancerígenas, facilitando a invasão dos tecidos circundantes pelas células.

E-caderina e câncer

Em muitos tipos de câncer, a perda da função da E-caderina é um fator-chave na metástase do tumor. Tomando o câncer de mama como exemplo, há uma diferença significativa na expressão da E-caderina entre o carcinoma ductal invasivo e o carcinoma lobular invasivo. Os carcinomas lobulares invasivos geralmente apresentam expressão significativamente reduzida de E-caderina, o que aumenta sua capacidade de invasão e promove a disseminação de células cancerígenas entre os tecidos.

Além disso, mutações CDH1 no estado genético materno foram associadas a certos tipos de câncer, como o câncer gástrico difuso hereditário. Entretanto, mutações no gene CDH1 frequentemente levam à inativação da E-caderina, formando um microambiente desfavorável e promovendo assim a tumorigênese.

Direções futuras da pesquisa

Ainda há muitos mistérios não resolvidos sobre a função da E-caderina e seu papel no câncer. Pesquisas futuras sobre o mecanismo regulador da E-caderina, o processo dinâmico de adesão celular e sua expressão específica em diferentes tipos de câncer podem trazer novos avanços na terapia do câncer, como o desenvolvimento de terapias que visam a via da E-caderina para melhorar a eficácia e a precisão em tratamento de câncer.

Diante desses desafios à E-caderina, não podemos deixar de nos perguntar: podemos encontrar uma maneira eficaz de restaurar a função da E-caderina no futuro para lutar contra a metástase e o desenvolvimento do câncer?

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