A altura é uma das características complexas mais comuns em humanos, influenciada por múltiplos genes e fatores ambientais. Sobre esta questão, a comunidade científica tem conduzido pesquisas aprofundadas e de longo prazo sobre a interação entre genes e ambiente. A diversidade de altura sugere que é uma característica determinada por cerca de 50 genes, com fatores ambientais como a nutrição também desempenhando um papel importante.
Traços complexos são fenótipos determinados por dois ou mais genes e não seguem a regra de dominância de Mendel.
Ao discutir características complexas, podemos classificá-las em características quantitativas, características de contagem e características de limiar. Traços quantitativos, como altura, são variáveis contínuas que são influenciadas por múltiplos fatores genéticos. Traços de contagem são características que podem ser descritas por números inteiros, como o número de ovos postos por semana por aves. Traços de limiar têm estados normais e anormais claros, como diabetes tipo 2.
A pesquisa genética inicial dependia fortemente de métodos como estudos de gêmeos e mapeamento de loci de características quantitativas (QTL). Estudos com gêmeos usam gêmeos idênticos e fraternos para analisar os efeitos do ambiente em características complexas. O mapeamento de QTL é o processo de localização da região genética associada a uma característica específica, comparando uma população de indivíduos com a característica alvo com marcadores moleculares.
Após a conclusão do Projeto Genoma Humano em 2001, estudos de associação genômica ampla (GWAS) revelaram ainda mais variantes genéticas associadas a características complexas.
O GWAS é realizado em populações que se acasalam aleatoriamente e usa métodos estatísticos, como o teste qui-quadrado, para descobrir polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) associados. Esses estudos permitem que os cientistas comparem os genomas de diferentes populações, estabelecendo a base para pesquisas genéticas subsequentes.
A arquitetura genética é um conceito-chave que descreve todos os fatores genéticos que influenciam uma característica complexa. Por meio de modelos matemáticos e análises estatísticas, os pesquisadores podem determinar quantos genes influenciam uma característica e a magnitude dessa influência. No entanto, os estudos são ainda mais complicados pelo fato de que as interações gene-ambiente em diferentes ambientes podem levar a diferenças na estrutura genética dentro da mesma espécie.
Muitos dos locais identificados pelo GWAS estão localizados em regiões não codificantes, sugerindo que essas variantes podem afetar a regulação genética em vez de alterar diretamente a sequência de proteínas.
Com o rápido crescimento dos dados genéticos, os pesquisadores estão gradualmente mais aptos a descrever a arquitetura genética de características complexas. Por exemplo, alguns estudos propuseram a hipótese do "genoma completo", sugerindo que as interações entre genes e seus efeitos podem ser mais importantes do que os próprios genes principais. Essa visão desafia o modelo tradicional de influência dos genes centrais e sugere que os efeitos cooperativos dos genes circundantes podem tornar sua influência em características complexas muito maior do que o esperado.
Essas descobertas têm implicações importantes para a pesquisa médica e a prevenção de doenças. O estudo de características complexas nos permite entender melhor a base genética de doenças como diabetes e autismo e prever certos riscos genéticos. Explorar a interação entre genes e ambiente é uma direção importante para pesquisas futuras sobre como usar esse conhecimento para melhorar estratégias de saúde pública.
Nesse contexto, o estudo da altura não é apenas uma questão científica simples, mas também uma proposição importante sobre como entender as diferenças individuais entre os humanos sob a influência de vários genes e do ambiente. À medida que enfrentamos esse complexo quebra-cabeça genético, podemos descobrir mais genes e seus efeitos na altura?